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Henrique mostra inabilidade no “caso Dnocs”, tromba com Dilma e complica sonho duplo

Cefas Carvalho

O “caso Dnocs”, mais que mostrar novamente o lado “rinoceronte em loja de vidro” do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB) pode custar caro para ele em relação a um sonho duplo que o peemedebista muito almeja.
Explica-se: diante da suspeita de uso irregular de verbas e desvios de recurso do Dnocs, orgão que era presidido pelo apadrinhado de Henrique, Elias Fernandes, o deputado federal exagerou na dose e acabou confrontando a presidenta Dilma Rousseff e irritando a cúpula do PMDB.
Segundo o jornalista Lauro Jardim, “ao afrontar Dilma Rousseff para manter seu afilhado, Alves acabou comprando briga com os próprios caciques do PMDB. Alves, no afã de defender um interesse pessoal, colocou o partido inteiro em rota de colisão com o governo.
Até mesmo Michel Temer, que vinha auxiliando nas negociações, foi surpreendido com as doses cavalares de fígado impressas hoje nos jornais. Peemedebistas argumentam que Alves teve vários motivos justificáveis para trombar com o governo (ministérios inexpressivos, contingenciamento de emendas e cargos) em nome do PMDB, mas foi escolher justamente uma questão menor, envolvendo um cargo sem destaque, para desafiar Dilma. Diz um peemedebista:
– O que a gente estava esperando era uma ação estratégica, não isso. Ele levou o partido todo para uma causa pessoal e expôs o vice-presidente”.

PROJETOS
EM CRISE
A inabilidade de Henrique pode lhe custar caro em relação a dois sonhos antigos: presidir a Câmara dos Deputados e ser eleito senador.
Quanto ao primeiro, Henrique era, para muitos, a “bola da vez” para a próxima presidência, já que está acordado revezamento entre PT e PMDB no cargo. Mas, confrontando Dilma, Henrique poder ser “fritado” pelo Palácio do Planalto.
Em relação à candidatura ao Senado, já costurada pelo peemedebista, o desgaste do seu nome envolvido em apadrinhamento, crise política e pode, mais uma vez, lhe criar embaraços para a disputa do cargo.
Henrique parece mesclar uma eterna “maré de má sorte” (em oposição à sorte quase eterna do primo Garibaldi Filho, ministro da Previdência e senador licenciado) com um ímpeto desnecessário e desproporcional na hora de pleitear pedidos e articular politicamente. Essa “bilis”, como brincou Lauro Jardim, já custou caro politicamente a Henrique. E pode comprometer seus projetos de forma séria.

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