Contador

Nina Rizzi: “Muitos textos feitos por mulheres não poderiam ser escritos por um homem”


Cefas Carvalho

Escritora suicida, poeta visceral, professora, militante cultural, Nina Rizzi é tudo isso, é muito mais. Paulista de Campinas, nascida em 1983 e radicada no Ceará, Ellena Cristina Lopes (“O Rizzi só quem tem é a mãe, mas eu sou mesmo uma filha da mãe!”, diverte-se) Nina tornou-se conhecida pela militância poética e cultural nos blogs citados (http://www.escritorassuicidas.com.br/ e http://putasresolutas.blogspot.com/ ) e mantém o blogue “Ellenismos” (http://ellenismos.blogspot.com/ ) onde expõe sua poesia visceral e “feminina” (ou “feminista”?). Embora choquem os incautos, os nomes "Escritoras suicidas" e "Putas resolutas" servem para o grupo de escritoras e poetas que formam os blogues - Nina inclusa - questionem os estereótipos que marcam a produção artistica e om comportamento feminino. Formada em Artes Dramáticas pela EAD/ USP e Bacharel e Licenciatura em História pela UNESP, trabalha como  Coordenadora do Centro de Artes em uma escola em Fortaleza, colaboradora em projetos e ações de educação, cultura e arte no MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), pesquisa etno-literárias com grupos de mulheres. Conhecedora da cultura potiguar, já mostrou seus versos e sua postura ao mesmo tempo doce e hipnótica em saraus na cidade de Natal. Confira a entrevista que ela concedeu a este jornalista (Foto: Mariana Botelho):

Você mantém um prestigiado e lido blogue. Como a cultura dos blogues e da própria internet facilita e democratiza a produção literária, em especial, a poesia?
De fato, a internet democratiza o acesso às leituras as mais variadas. Há autores clássicos que eu só fui ler na rede, porque impressos são muito caros ou difíceis de encontrar. E os blogues impulsionam também o exercício da literatura, seja ela embasada num suporte intelectual, crítico e humanista ou não, confessional, etc.; e muita gente se vai descobrindo, autores que, talvez, sem a internet, jamais chegassem a ser lidos. Além disso, há uma proximidade com os autores, que aqui aparecem muito mais “reais”, devido à própria carga de pessoalidade dos blogues, além de evocar os tradicionais diários íntimos.  E, assim, os padrões estético-literários, os cânones vão se transformando, fundindo e até mesmo surgindo novos; não obstante a perenidade dos livros tradicionais e clássicos, está sendo construindo um novo paradigma.

Você tem uma obra (e uma postura artística) marcadamente feminista. Você acredita que existe uma “arte feminista (ou essencialmente feminina) ou não?
Muitos textos feitos por mulheres não poderiam ser escritos por um homem. A gente sabe, sente quando lê; qualquer produção em arte se dá, além do que se leu, viu, visitou, soube, imaginou, segundo os próprios sócius internos e visões de mundo, deste modo, se eu vivo num mundo culturalmente patriarcal e machista, ficará marcado em minha produção o modo como absorvo tais contradições e contrastes e não só das relações de gênero.
Tais marcas se evidenciam, sobretudo, se tais contradições me afetam muito diretamente, que é um pouco do que me ocorre: faço pesquisas e oficinas literárias com grupos de mulheres, e as histórias que se desvelam vão se corporificando em minha literatura se quando a estou concebendo ainda me são densas as memórias evocadas... No Escritoras Suicidas, por exemplo, tem as mulheres e os “homens que fingem de”, em alguns casos fica muito claro tratar-se de um homem, por quê? Se fosse um heterônomo de Fernando Pessoa, poderíamos jurar se tratar de uma escritora mulher? Não sei, há dimensões muito particulares do universo feminino, depende do que se escreve e com que intenção. Por outro lado, há temas, sentimentos e coisas que são universais, a poesia é universal e independe de homens, mulheres e das reações de gênero pré-estabelecidas e que estabelecemos; o que o poeta e a poetisa não sabem, o poema sabe.

Como você avalia a poesia feita hoje no Brasil?
Há uma abundância de poetas, editoras, mas poesia... Leio tudo que me chega às vistas e confesso: não raro permaneço nos três primeiros versos e volto à poesia simbolista e modernista. Isso por causa de alguns ‘vícios’ ou posturas poéticas que não me agradam, são: as fórmulas, bons poetas que perdem o viço da poesia por reproduzirem algo que deu certo; linguagem rebuscada e/ ou poesia intelectual ou com alguma ‘mensagem subliminar’ a ser desvendada, pra isso eu leio Pound, Dylan Thomas, Camões, é a fórmula copiada; os fazedores de jogos de palavras que buscam recriar um concretismo com cinismo e cretinice (!); e ainda os panfletários e os melosos... em matéria de poesia não cabem fórmulas, mentiras, batatinha-quando-nasce, propaganda e o lugar-comum; a poesia deve nos tirar da zona de conforto, mexer em algo cá dentro e disparar a chispa para a maravilha que é a própria poesia em si, sem quaisquer favores ou diálogos, apesar de trazê-los intrínsecos porque o poeta de verdade é um cidadão na mais sagrada acepção do termo; a poesia é matéria bruta e a encontro quando me é possível uma experiência educacional, ainda que puramente estética.
Podemos recorrer ao enfoque sutil presente na alegoria benjaminiana, que sugere que o ouvinte de uma história – ao ouvi-la, ou ler, compreendê-la em seus detalhes e empreender uma atitude interpretativa – choca os ovos da própria experiência, fazendo nascer deles o pensamento crítico, a chispa poética. Mas muito do que se vê hoje é o autor e não a Poesia, algo a ser vendido e não lido, e a poesia, repito, independe do autor, é algo incomprável. De qualquer maneira, há boa poesia sendo produzida, e aí chegamos novamente aos blogues, porque quando vou à livraria ou aos sebos não é procurando novos autores, então que a blogoesfera se nos oferece um mundo a ser desbravado, cheio de mato a ser cortado, mas adentrando com cuidado, é possível encontrar alguma fonte do ouro.

Há quem diga que a poesia está em decadência. Qual sua opinião sobre isso?
A poesia está nas ruas, é uma marginal, mas também está circunscrita nesse luxuoso quarto andar de colégio elitista; a poesia está onde se nos arranca, é viva e carne quando o mais são tampas, ceifadeiras. Além das questões acima, há uma pressão mercadológica que muitas vezes acaba sendo irresistível a alguns... Mas não vejo as coisas assim tão fatalistas em poesia, não em poesia, esta sobreviverá até a irmandade final dos ossos com a terra. Gosto quando Gombrich diz: "O artista é seu melhor crítico. Se ele dialogar com sua obra, é um artista. Se dialogar com o público, é provavelmente um impostor".

Você tem textos publicados na coletânea “Dedo de moça”. Fale sobre este projeto e sua importância.
O projeto começou há cinco anos com o site, idealizado por Silvana Guimarães e Mariza Lourenço, então no final de 2009 publicamos a antologia. E, Suicida, nesse caso, não é nenhuma alusão a escritoras como Virgínia Woolf, Ana Cistina César, Sylvia Plath ou Alejandra Pizarnik, antes tem muito mais de vida e coragem ante as dificuldades que se nos impõe, assim como encerra a idéia de que mulheres escrevem coisas açucaradas e sentimentalóides.
Outro grande barato está em ter homens – como, por exemplo, Rodrigo Souza Leão - no livro, Romina Conti - nesse corpo (sem trocadilhos!), mostrando que é possível ter uma visão feminina e feminista (no sentido puro do termo: a horizontalidade) de mundo sendo homem ou mulher. A escritora suicida é aquela que mata tudo o que a impede de ser mulher, que mata a mulherzinha que há em si para ser a “super-homem” nietzschiniana, para ser a puta resoluta. A Escritora Suicida, a puta resoluta, são mulheres que matam o impossível. Nós somos impossíveis dentro de todas as (im)possibilidades.

Você é paulista radicada no Ceará. Qual a diferença (se existe) da cultura atualmente produzida no “Sul” e no Nordeste?
Existe, sobretudo na poesia popular; aqui no nordeste, onde se inscreve na tradição oral e tem como um de seus principais agentes o cantador do meio rural que, sob uma aparente ingenuidade, há uma profunda experiência da vida cotidiana que confere uma dimensão simbólica determinante à sua obra; é uma poesia que nasce do sofrimento e da alegria, da malícia e do coração de quem sabe muito bem o que é ter fome, dor de amor, ir à guerra quando não quer ou ter de trabalhar até suas últimas forças. A poesia nordestina é testemunha de um modo de vida, mas também reivindicadora de valores próprios, da elaboração de uma identidade e reconhecimento de sua dignidade, integridade e modéstia, em oposição à arrogância citadina e sulista. Essa afirmação está, frenquentemente, em oposição com o outro, como chama atenção o verso de Catulo da paixão cearense, recuperado como título de Patativa do Assaré: “cante lá que eu canto cá”, com uma intenção de definir suas preferências literárias, assim como a compilação composta por ele que tem como subtítulo “Filosofia de um trovador nordestino”.
Aliás, essa busca e afirmação da identidade é tão mais presente no nordeste que até nos vemos (sim, toda internacionalista me incluo) como nordestinos, em oposição ao sudeste que não se percebe “sudestino”... Ainda assim, há uma universalidade de sentimentos que são apropriados pela poesia. A poesia existe, seja aqui ou lá e se manifestará telúrica como os mistérios de Eleusis dos antigos gregos.

Você conhece a produção cultural potiguar. Quais os destaques, atualmente, da produção poética e literária deste Rio Grande do Norte?
 Há duas poetisas que me deslumbram: Marize Castro e Iracema Macedo, e ambas por terem em poesia essa universalidade, o sujeito pode estar na China ou na Rússia e poderá identificar a si próprio, a poesia em estado bruto, sem provincianismos, como um lugar metafórico, metafísico e criado na linguagem. Quanto aos homens, gosto de Jarbas Martins e seu rigor poético, Jota Mombaça e seus petardos na sala de jantar e no coro dos contentes, Falves Silva e seus livros únicos e que vão para além da poesia, são obras de arte, assim como o Carito com sua poesia-brincante e que mistura várias linguagens, Hercília Fernandes, Jairo Lima, Nei Leandro de Castro... Mas agora ando a pesquisar-descobrir a poesia não tão recente: Zila Mamede, Auta de Souza, Miguel Cirilo, Lourival Açucena, Othoniel Menezes, Paulo Augusto... a coleção João Nicodemus de Lima do Sebo Vermelho é um oásis no deserto do esquecimento e não só em poesia, mas de toda cultura e História.

Foto: Arquivo pessoal

Candidatura de Micarla a reeleição beneficia Carlos Eduardo

Cefas Carvalho

No fim da semana passada, soube-se que a prefeita Micarla de Sousa comunicou à direção de seu partido, o PV, que é candidata à reeleição. A convenção que deverá homologar sua candidatura está marcada para o dia 30 no Espaço América.
Jornalistas políticos registraram que Micarla   conta, atualmente, apenas com o apoio do PP, partido do vice-prefeito, Paulinho Freire. Paralelamente, o PV conversa com o PPR, PRB, PTdoB e PMN. Com 92% de rejeição nas últimas pesquisas, Micarla e sua candidaturea deverão beneficiar justamente seu maior desafeto: Carlos Eduardo Alves (PDT).
O racicínio é fácil de se entender. Com Micarla na disputa, Carlos tem como polarizar a eleição e se colocar como antítese à “borboleta”, afinal, ela assumiu criticando duramente Carlos. Para eleição, o nome de Micarla é rejeitado por mais de 75%, conforme indicam pesquisas. Um conflito político com Carlos pode fazer com que estes eleitores que rejeitam Micarla votem em Carlos, que vem liderando todas as pesquisas de intenção de voto.
Se Micarla não fosse candita, Carlos continuaria favotito, mas não tendo em quem “bater”, daria uma margem para seus adversários - Hermano Morais, Rogério Marinho e Fernando Mineiro - tivessem margem para crescer.

Samba realiza eleição no Beco da Lama; chapa "Nós dá Samba" vence


Com animação, campanha, alguma tensão e muita cerveja, a Sociedade dos Amigos do Beco da Lama (Samba), realizou no sábado dia 16 a eleição para a nova diretoria da entidade, para o triênio 2012-2014. A chapa vencedora foi a "Nós dá Samba" encabeçada pelo produtor cultural Dorian Lina que teve 113 votos contra 48 na chapa "Eu sou Biba", encabeçada pela também produtora cultural Mathilde "Biba" Thompson. Houve um voto nulo e um voto em branco totalizando 163 eleitores. A eleição foi no Bar de Nazaré, e a apuração no Bardallos.

Raimundo Marciano: "Faço política sem brigas. Sei ganhar e sei perder"

Ex-prefeito de Parnamirim e líder político já consolidado na história do município Raimundo Marciano, sem partido após litígio com a direção estadual do DEM, esteve no Alpendre do PN, onde conversou com o jornalista Cefas Carvalho sobre Parnamirim, campanha, eleições e política de maneira geral, além de rememorar histórias políticas do passado. Confira:

Como o sr. está vendo essa pré-campanha em Parnamirim?
As acomodações políticas estão sendo feitas, e acredito que, depois das convenções deste mês, vamos ver o quadro definido. Mas, adianto aos demais que, dificilmente, o prefeito Mauricio Marques perde essa campanha. Primeiro, pelo trabalho que ele está fazendo, que toda Parnamirim está vendo. Uma coisa que o município de Parnamirim sonhava e hoje já é realidade é o serviço de esgotamento. O trabalho de saneamento básico se tornou realidade. Estamos vendo também uma obra importante para a cultura e para o turismo que é o teatro; temos a escola técnica federal em funcionamento. É esse trabalho que estamos vendo. Quem disse que Mauricio não está trabalhando é porque não mora aqui...

As chapas estão virtualmente formadas, com a previsão do embate Mauricio e Lucinha x Gilson e Epifânio. O sr. acredita que essas chapas estão consolidadas mesmo ou haverá alguma reviravolta?
Eu acredito que elas já estão consolidadas. Lucinha é uma vereadora que tem feito muito pela cidade, uma pessoa de quem todo mundo gosta, simpática, foi bem votada, tem uma atuação boa como vereadora. Ela será uma vice-prefeita correspondendo à altura do povo de Parnamirim e irá ajudar muito o prefeito Mauricio Marques.

No caso de Epifânio, que era do grupo, e agora é oposição?
Epifânio já era vice-prefeito e vai ser candidato a vice novamente. Ele não é oposição, ele é uma dissidência. Oposição é o Gilson.  Até ontem, alguns estavam com o prefeito e, depois, passaram para o outro lado, seguindo suas razões. Eu não sei por que você deixa de ser vice para tentar se tornar vice, só que em outra chapa? Essa jogada aí eu não entendi.

Existe a possibilidade de Epifânio voltar para o grupo?
Eu acredito que não. A essa altura, fica até contramão. Eu conheço Epifânio, fizemos campanha juntos, ele é muito seguro das coisas dele. Eu acredito que ele não volta mais não. 

O sr. protagonizou com o deputado e ex-prefeito Agnelo Alves três embates eleitorais. Como é estar agora no mesmo palanque que Agnelo?
É muito bom! Eu faço política sem brigas, nunca briguei com ninguém.  Sei ganhar e sei perder, isso eu já fiz, já ganhei duas e já perdi duas. Não tenho nenhum problema com Agnelo, sempre nos damos muito bem. Mesmo durante as campanhas, a gente sempre conversou. Após as campanhas, tivemos vários encontros. Nunca houve qualquer problema entre nós.

Fale sobre seu relacionamento político com Gilson Moura.
Eu apoiei Gilson em duas campanhas: para prefeito e para de deputado. Um dia, conversando, eu resolvi apoiar Mauricio. Eu chamei Gilson em minha casa e anunciei que, a partir daquele momento, eu não apoiaria mais ele, e sim, Mauricio Marques.

Muita gente que veio aqui no Alpendre, que era também da oposição, disse que Gilson abandonou as bases, que Gilson abandonou Parnamirim. O sr. tem essa mesma visão?
Tenho, até porque você vê que ele, como deputado, nunca realizou um projeto direcionado para Parnamirim, de meu conhecimento não teve. Ele vinha aqui visitar as bases, não, nunca vi.

A expectativa do sr. é de uma campanha tranquila ou pode haver reviravoltas e turbulências?
Eu não acredito que haverá turbulências, não. Todos os envolvidos são pessoas esclarecidas. Vai ter essas “besteirinhas” de campanha, pois tem que ter o jogo da campanha, coisa de política mesmo, nada além disso, uma vez que o povo de Parnamirim é muito esclarecido. O eleitor de Parnamirim é eleitor de capital, sabe em quem vai votar e quem deve escolher. No mais, a campanha será tranquila. Se depender de mim, para eleger Mauricio e Gustavo Negócio, meu filho, candidato a vereador, eu saio a pé visitando casa a casa, rua a rua, apertando a mão de cada amigo, por que eu gosto de fazer política assim!

Foto: Iwska Isadora




Projeto Som do Mar apresenta Quinteto Sonoro e Wallyson Santos

O ótimo Projeto Som do Mar, idealizado pelo produtor cultural Marcelo Veni, apresenta neste domingo 10 de junho a partir das 17h, shows com Quinteto Sonoro (foto) e Wallyson Santos. O projeto leva aos domingos para a praça de alimentação do shopping Mãos de Artes na Praia dos Artistas, música de qualidade.
O quinteto sonoro é uma parceria entre músicos potiguares que se dedicam a música desde cedo, cada um de seus músicos tem carreira paralela com outros trabalhos musicais porém de vez em quando se reúnem para fazer o quinteto sonoro. Na formação do Quinteto estão os músicos:   Felipe Magno (tecladista e direção musical), Stallone Terto (guitarrista), Jukinha (Baterista) Mary Campos (vocal) e Arlênio Soares (contra-baixo). A especificidade musical do quinteto se dá em música autoral,vocal, Instrumental, com forte influencia da música brasileira e do smooth jazz. Depois, o guitarrista Wallyson Santos, acompanhado de Paulo Oliveira no Baixo e Darlan Marley na Bateria apresentam o show ''Samba Chorado''.  O acesso aos shows e o estacionamento são gratuitos. Informações: 9175 9870.

Foto: Divulgação

Clowns de Shakespeare abrem Festival de Teatro de Belo Horizonte neste sábado

Neste sábado dia 9,o grupo teatral potiguar Clowns de Shakespeare vai abrir a 11a edição do FIT-BH - Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte (MG), com o espetáculo "Sua Incelença, Ricardo III", dirigido por Gabriel Vilela - que é mineiro - baseado no clássico de Shakespeare. Após a abertura, o grupo, que vem se consolidando no circuito de festivais de teatro no Brasil e na América do Sul, fará  ainda mais duas apresentações na segunda (11) e terça (12), às 21h, na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza.

Foto: Divulgação

Justiça Federal condena ex-prefeito de Poço Branco


A Justiça Federal do Rio Grande do Norte condenou o ex-prefeito da cidade de Poço Branco João Maria de Góis e o ex-secretário municipal de Finanças José Bezerra Cavalcanti Filho a devolverem aos cofres públicos R$ 192.552,72. Além disso, eles também foram condenados a três anos de reclusão em regime aberto, o que foi transformado em pena alternativa. Os dois réus, durante um ano terão que trabalhar em entidade filantrópica e nos dois anos seguintes deverão comparecer a Justiça com comunicação bimestral. A sentença foi do Juiz Federal Walter Nunes da Silva Júnior, titular da 2ª Vara Federal.
João Maria de Góis e José Bezerra Cavalcanti Filho foram denunciados pelo Ministério Público com a acusação de desvio de recursos originários de um convênio entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e a Prefeitura de Poço Branco. No total, foram repassado em 28 de junho de 2002 o valor de R$ 193.882,62. O dinheiro tinha como destino “capacitação de professores e na aquisição de equipamentos e material didático destinados especificamente à melhoria das condições da educação de portadores de necessidades especiais das escolas públicas”.

Do blog de Robson Pires

Rogério elege Carlos Eduardo como alvo preferencial


O ex-Wilmista e hoje tucano, deputado federal Rogério Marinho (PSDB), já definiu seu alvo preferencial: Carlos Eduardo Alves. Ele receberá a carga de críticas do pré-candidato a prefeito de Natal em outubro deste ano.
As estacadas do presidente do PSDB, discretas, porém certeiras.  No fígado. Primeiro, se refere não como ex-deputado ou ex-prefeito, mas como: empresário Carlos Alves. Segundo, quando se refere às gestões anteriores, coloca Micarla e  Carlos no mesmo saco. “É comparar o ruim com o pior”. Mais recentemente, o tucano disse que o pedetista não tem projeto para Natal. Sabe que as afirmações acima são amargas para o gosto de Carlos, é um ataque cirúrgico de quem já foi correligionário. De quem conhece o adversário.

SEM AMEAÇA
Até o momento, o filho do deputado Agnelo Alves não passou recibo. Carlos não responde, porque Rogério ainda não o ameaça, a medir pela leitura das pesquisas. Mas, quem conhece Carlos de perto jura que o mesmo não ficará calado por muito tempo e responderá a Rogério.
Por enquanto, também, o alvo preferencial de Carlos é a prefeita de Natal Micarla de Souza. Carlos também recebe críticas pesadas por parte de Micarla.
Enquanto Micarla de Souza não se definir, as fisgadas de Rogério Marinho terá Carlos Eduardo Alves como alvo preferencial.

Jeanne Araújo: Poesia feminina, erótica e seridoense

Cefas Carvalho

Geminiana, seridoense de Acari, radicada em Ceará-Mirim, Jeanne Araújo, 43 anos, há muito, é uma das mais prestigiadas poetas potiguares. Vencedora do Concurso Luis Carlos Guimarães de 2005 e 2ª colocada no Concurso Zila Mamede em 2011, ela lançou, no início deste ano, no Seridó, seu primeiro livro, “Monte de Vênus”. Jeanne é licenciada em Letras pelo IFESP e professora de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino médio e concedeu entrevista ao blog e ao jornal Potiguar Notícias, falando sobre poesia e projetos. Confira:

Você lançou, recentemente, o livro de poesias “Monte de Vênus”. Qual o conceito desse livro? As poesias têm alguma unidade entre si?
 O livro tem uma poética altamente feminina em que temas como amor, desamor, saudade, solidão, encontros e desencontros são recorrentes. Também há uma certa sensualidade - alguns diriam erotismo -  e ironia nos poemas. Acredito que esses elementos unam os poemas sim num mesmo contexto.

Você já venceu o Luis Carlos Guimarães e foi 2ª colocada no mais recente Zila Mamede. Qual a importância dos concursos?
Eles são importantes porque divulgam nosso trabalho  neste ambiente literário onde poucas pessoas conseguem circular. Não é fácil produzir um livro, seja ele de poesia, crônicas, contos ou novelas. Não é rentável, e as pessoas preferem comprar outras coisas a livros. Os concursos são as portas para os não famosos, os que guardam seus poemas em gavetas. Através dos concursos de poesia aqui no Estado, conheci as poesias de outros poetas maravilhosos como Alexandre Magnus, Wescley Gama, Iara Carvalho, Maria José Gomes, Antoniel Campos, Kalliane Sybelli e tantos outros.

Sua obra é marcada por um teor erótico e uma visão extremamente feminina do mundo. Pode comentar sobre isso?
Sim, meus poemas giram em torno do mundo feminino e este é marcado substancialmente pelo erotismo e pelo lirismo, não há como separar essas duas coisas neste universo.

Quais suas influências poéticas e culturais?
Quando eu tinha 13 anos, deparei-me com um livro de poesias de Hilda Hilst numa Biblioteca no sertão do Seridó.  Na verdade, era uma Antologia, e eu me encantei pelos seus versos. Nunca mais entreguei o livro (risos) e ele continua entre os meus preferidos. Depois veio a poesia de Marise Castro, que eu lia numa coluna chamada "Fora de pauta"- acho que era assim que chamava - e depois ganhei o livro "Marrons, crepons , marfins" do amigo Sebastião Vicente. Depois, vim a ler e conhecer outros escritores, porque eu não tinha acesso a esses livros. Então, conheci a poesia de Zila Mamede, de Luis Carlos Guimarães, Nei Leandro de Castro, Jorge Fernandes, entre outros. Não posso deixar de mencionar a poesia de Carmen Vasconcelos e as crônicas de Vicente Serejo, a irreverência de Clotilde Tavares...

Como você vê a poesia potiguar atualmente?
Um cenário promissor. Existe muita gente de excelente qualidade poética. Temos apenas de garimpar esses talentos. Muitos estão guardados em gavetas. Precisam apenas de uma oportunidade para mostrar seu trabalho.

Existe uma “poesia seridoense”, como dizem?
Existe uma poesia que fala profundamente sobre as coisas do sertão. Nós, seridoenses, escrevemos sobre o que vemos e ouvimos. A poesia de Ana de Santana, Maria Maria Gomes, Iara Carvalho invadem este pedaço de chão chamado seridó e fala lindamente sobre seus elementos. Eu não sei se caberia chamá-la de "Poesia Seridoense", mas não acho problema algum designá-la assim.

Tem plano de lançar “Monte de Vênus” em Natal?
Tenho sim, ainda não tenho data específica, mas farei o lançamento em Natal .

Uma charge de Rômulo Estanrley