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Para 20% dos paulistanos, só gays e prostitutas pegam Aids

Não tenho mais idade nem hábito de ficar chocado com nada, mas esta notícia publicada na Folha de São Paulo me chocou um pouco. Isso em pleno ano de 2011, pleno século 21, depois de todas as campanhas informativas já desencadeadas...

Por Deborah Minetti


Homossexuais e prostitutas são os únicos com risco de contrair o vírus HIV, segundo 19,2% da população da cidade de São Paulo.
O dado é de uma pesquisa feita com 2.002 pessoas, encomendada pelo Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo à agência Case.
"Isso mostra que as pessoas acham que não são vulneráveis ao vírus. É importante continuar investindo na ideia de que não há grupo de risco", afirma Celso Monteiro, coordenador do programa.
Símbolo de prevenção contra a Aids é colocada no Edifício Itália, na região central de São Paulo; veja galeria de fotos
Símbolo de prevenção contra a Aids é colocada no Edifício Itália, na região central de São Paulo; veja galeria de fotos
A mesma pesquisa mostra que 11% dos entrevistado sempre têm resistência a usar camisinha e 14%, às vezes.
"É preciso associar o uso do preservativo ao autocuidado, e não só à prevenção contra uma doença."
Um outro estudo feito com cerca de 1.500 usuários da rede municipal de assistência a portadores de HIV mostra que 9% dos soropositivos levaram mais de seis meses para buscar tratamento após receber o resultado do teste.
O receio de tomar as drogas antirretrovirais foi o motivo mais citado para a demora. "Eles têm medo dos efeitos colaterais e de ter de tomar remédio várias vezes ao dia", afirma a infectologista Zarifa Khoury, coordenadora de assistência do Programa de DST/Aids de São Paulo e autora do estudo.
O efeito mais temido pelos pacientes foi a lipodistrofia, que causa acúmulo de gordura em costas, seios e abdome. "É um problema estético, mas indica o medo da estigmatização, de que as pessoas percebam que eles têm Aids."
O problema pode ser contornado com exercícios. Para Khoury, as campanhas anti-HIV precisam esclarecer o público sobre o tratamento.

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