O programa de rádio “No alpendre do PN”, pela 87.7 FM, da quinta-feira dia 19 contou com a presença do jornalista e deputado Agnelo Alves. Em entrevista aos repórteres Cefas Carvalho e Romeu Dantas, Agnelo falou, sem papas na língua, sobre Parnamirim, política e eleições. Confira:
Qual a análise que o sr. faz desta pré-campanha em Parnamirim?
Mauricio não vai precisar nem fazer campanha porque a oposição está dividida em cinco candidaturas, e isso não soma, pois não tem segundo turno em Parnamirim, então o quadro é francamente favorável a ele.
O sr. como jornalista acha que essas cinco candidaturas se manterão para bater chapa contra o prefeito Mauricio ou elas cairão no meio do caminho?
Não é uma questão de acreditar, nem mesmo de desejar. Se eles têm um denominador comum, exercitem-no. Se não têm, azar deles.
O sr. conhece eles, já enfrentou alguns, tem contato com outros, um deles é seu colega na Assembleia, que é Gilson Moura. Na sua opinião, qual das candidaturas é a mais forte?
Bom, aí a gente tem de voltar atrás para vermos o resultado da última eleição, cujos candidatos foram exatamente Mauricio e Gilson Moura. Ganhou quem? Mauricio. E o que se verificou naquela campanha? Que prestigiado pela TV Ponta Negra, o candidato Gilson chegou aqui com 58 pontos e Mauricio começou com somente 6. E se agregaram a Gilson todos os demais que faziam oposição. Porém, ao contrário do que pensavam, que ele ia passar dos 60 pontos, foi caindo, caindo, e Mauricio subindo, subindo... até ganhar a eleição. Aí tem gente que questiona: “mas ele ganhou só por dois mil e seiscentos votos”. Se fosse um, já seria válido para quem começou a campanha perdendo por mais de quarenta mil.
Então, pelo que estou deduzindo, deve haver um segundo round entre Mauricio e Gilson Moura...
Não vai haver, porque não tem segundo turno. O que há é uma curiosidade: quem é que vai ser o candidato, é Gilson, que já perdeu uma vez? Quem são os outros?
O vice-prefeito Epifânio...
Para mim, ele deu um tiro no pé, porque estava num partido forte e deixou para ser candidato a prefeito contra Mauricio. Acontece que os que assumiram esse compromisso do ponto de vista político e eleitoral com ele não estão cumprindo. Ou então não têm voto, já que ele tá lá embaixo. Epifânio leva o que já é dele. Não se somou os votos de fulano, de beltrano e de sicrano. Enquanto a oposição vive uma confusão, a situação está unida em torno de Mauricio.
Tanto o senhor quanto Mauricio são tidos como homens de diálogo. O que faltou para manter Epifânio no grupo?
Olha, Epifânio nunca me procurou. Eu estou no meu gabinete lá na Assembleia Legislativa. Quem tem conversado comigo é Mauricio, ele é do meu partido e eu sou do partido dele, o PDT, que é o partido de Carlos Eduardo também. Ele saiu, comunicando apenas a Mauricio, não houve comunicação comigo.
Vamos falar sobre Câmara. Qual a expectativa do seu grupo, já que vai ter o aumento de vagas, para a formação da bancada?
Eu não vejo com simpatia o número de vagas aumentar. Eu acho que a representação política não deve ser feita através de um número maior, mas sim de um número mais coeso, que cada um tenha o seu partido unificadamente pelo seu ideal. Acontece que, hoje, na política, a gente não sabe se o Brasil está de cabeça para baixo, porque a confusão é tão grande que quando decorre aqui para baixo. Quando eu tomei as duas doses da quimioterapia contra o câncer, o médico disse: “operou-se um milagre”. Aí eu disse: “essa doença é forte, mas esse remédio é terrível, para derrubar elefante”. O médico retrucou: “não, o elefante é fraco diante desse remédio, forte é você que está resistindo brava e heroicamente”. E eu espero ficar bom de vez e vou participar ativamente da campanha.
O senhor deve esbarrar com constância, não apenas em plenário, com o deputado Gilson Moura. Vocês chegam a conversar sobre a política parnamirinense?
Agnelo: Olha, eu me encontro constantemente com ele, mas não conversamos sobre Parnamirim. Mas você veja o seguinte: Gilson, diferentemente dos outros candidatos que estão aí, sempre se manteve na oposição. Outros estão indo depois de participar do governo de Mauricio. Então, deixa as águas passarem, eu acho que, a essas alturas, Mauricio já está vitorioso.
Deputado, recentemente, o presidente da Câmara, Taveira, declarou que existem, hoje, em Parnamirim, três grupos políticos: situação, oposição e dissidência, e que este último era liderado por Epifânio. O senhor concorda com essa afirmação?
Mas Epifânio já não é mais dissidência, ele não tem mais nada a ver com o governo. Dos partidos que hoje fazem parte do governo, não consta nem um que Epifânio tenha integrado. Então, ele é hoje um homem de outro partido. Quando ele diz dissidência, ele certamente está esperando que Epifânio volte. Essa aí é uma pergunta que eu transfiro para o próprio Epifânio ou para Taveira, sabendo, de antemão, que os dois não se dão bem, porque tem acusações de um contra o outro gravíssimas.
Agora, falando um pouco sobre a pré-campanha em Natal. Nós temos, hoje, um cenário favorável para o candidato do seu partido, Carlos Eduardo (PDT), seu filho. Ao mesmo tempo, não sabemos se Wilma será ou não candidata. Qual é a sua análise?
Você devia ter citado os outros candidatos, temos também Rogério Marinho, Hermano Morais, Fernando Mineiro...
Mas a ameaça real a Carlos Eduardo é Wilma de Faria...
Não. Você, somando todos as intenções de votos de pesquisas contra Carlos Eduardo, vê que ele ganha no primeiro turno. É uma posição fantástica. Hoje, eu fiquei sabendo que, na próxima segunda-feira, vai ser divulgada outra pesquisa, vamos aguardá-la. Como eu sou um homem da esperança, acredito que Carlos Eduardo vai aumentar essa diferença.
O senhor comentou que Mauricio talvez nem precise fazer campanha. Esse seria o caso de Carlos em Natal, ou ele precisa fazer muita campanha, porque muita água ainda pode rolar?
Precisa, não só para incentivar as águas que estão rolando como também para conter os riachos que poderão crescer. Então, nenhum candidato pode dizer “ganhei”, a não ser quando a Justiça Eleitoral apurar os votos e anunciar o nome. No mais, é trabalhar, trabalhar e trabalhar.
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