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Entrevista com Gilson Moura: “Se Agnelo quiser me apoiar para prefeito de Parnamirim, não só aceito como peço o voto dele”



Deputado estadual pelo PV e pré-candidato a prefeito de Parnamirim, o advogado Gilson Moura esteve no Alpendre do PN onde falou aos jornalistas José Pinto Júnior e Cefas Carvalho. Confira:

Por que o sr. não priorizou Parnamirim na última eleição e sim vários municípios, uma vez que tinha disputado a eleição para prefeito?
Na verdade, o que se estabeleceu aqui foi uma estratégia para ganhar a eleição de deputado. Eu tinha muitos municípios para visitar. Tinha que cumprir uma agenda muito cheia, muito exaustiva. E, é óbvio que, como Parnamirim é minha terra, é onde eu moro, eu vinha duas vezes na semana ao município. Porque a campanha estava polarizada. As pessoas passavam por mim e diziam: “Dessa vez dá certo”. Usavam justamente essa expressão e eu comecei a compreender que o pleito estava polarizado entre mim e Agnelo Alves. E que não ia exigir muito minha presença. E, como falei, a agenda era extensa e eu fui justamente atrás dos votos para ser deputado. Agradeço a Parnamirim, ao eleitor - e aos outros municípios que me deram votações expressivas e onde eu também deveria estar presente.

As pessoas apostavam que o senhor fizesse um frente-a-frente com Agnelo Alves. O senhor acabou tendo menos votos que ele em Parnamirim, porém mais voto que ele no estado...
É como eu falei: a eleição era estadual, não municipal. Quando a eleição é municipal, a estratégia é de uma eleição municipal. Isso não quer dizer que numa eleição entre mim e Agnelo seja o mesmo resultado, vai ser totalmente diferente. Porque o contato será outro, o dia-a-dia, a maneira de se comportar, a percepção do eleitor.

Foi uma surpresa a não-eleição de Miguel Weber e Rosy de Sousa e a eleição de Paulo Wagner?
A de Miguel me causou surpresa, mas a de Rosy não. Ela entrou no projeto naquelas condições, no período eleitoral mesmo. Era uma estratégia nossa para garantir votos para eleger Paulo Wagner, essa era a estratégia do partido. Nós tínhamos um projeto que era eleger o nome dele para deputado federal; queríamos fazer um suplente de senador, e fizemos, nós pensávamos em fazer dois deputados estaduais e fizemos um. Então, foi um projeto vitorioso, com a exceção de Miguel. Então, o partido saiu fortalecido e as urnas disseram isso. Hoje nós temos um senador, um deputado federal, um deputado estadual e temos a prefeita e vereadores, o presidente da Câmara, Edivan. O partido vai disputar a eleição de 2012 fortalecido.

Será que a dificuldade de Micarla é só administrativa? Porque ela foi apoiada pelo DEM, pelo PMN, por João Maia do PR, por Rogério Marinho do PSDB, que não mais a apoiam, forças que não contam mais para a eleição. Então essa dificuldade é política?
É para se analisar. A gente internamente vai debater quais os caminhos que a gente vai percorrer no sentido de reconstruir forças para continuar no projeto de crescimento partidário. A gente lamenta a saída dessas pessoas que deram uma grande contribuição para a vitória lá em Natal e torce para que num diálogo aberto e franco a gente possa reconstruir. Política é assim, é feita de diálogo. Hoje você está aqui aliado, amanhã o projeto muda e as conversas são diferentes, os entendimentos e toma-se outro rumo. Política é a arte do diálogo.

O senhor já está ou já se considera em pré-campanha em 2012?
Não! Pré-campanha, não. Eu vou ser candidato, o partido vai homologar meu nome - pelo menos é o sentimento que a gente tem no momento certo. A eleição de 2008 vai ser revista, o eleitor vai ter a oportunidade de fazer o seu julgamento de se quer continuar com atual administração com o prefeito, se quer avançar, mudar e ter uma oportunidade diferente vota em Gilson Moura; se quer voltar ao passado, vota em Agnelo. Então, pelo menos esses são os candidatos que se colocaram.

Iríamos perguntar se haveria um 2° round, entre o senhor e o prefeito Maurício, mas o senhor já está entendendo a possibilidade de três candidatos.
Não, eu estou falando por mim. Acho que essa eleição não será uma eleição aonde o eleitor terá uma oportunidade de julgar a administração do atual prefeito, que é um direito legítimo de disputar o pleito porque assim a constituição lhe favorece. E sobre o lado de lá eu sei muito pouco. Do lado de cá, eu posso falar que a gente está se organizando, se preparando, debatendo politicamente, tanto internamente como com outros partidos, para seguir uma marcha da vitória.

Há duas semanas o PN entrevistou o seu colega de Assembléia, deputado Agnelo Alves, e ele disse que você afirmou que se ele fosse candidato o senhor abdicaria da candidatura e o apoiaria. Isso procede?
Agnelo já concedeu entrevista à 94 FM, em que disse que poderia votar em mim para prefeito. Vocês se recordam disso? Ele disse “eu posso votar em Gilson Moura”, e que criou também um mal estar lá na Prefeitura. Mexeu com o movimento político. Recentemente, Agnelo está pedindo voto para ser candidato a prefeito, né? Ele disse que tinha pedido para mim.

Ele disse que o senhor votaria nele...
O que eu percebo e a leitura que eu faço disso tudo, sabe qual é? O que procede é que Agnelo não quer votar em Maurício. Ora, se ele diz que pode votar em mim para prefeito, se ele diz que eu disse que poderia votar nele, o que ele disse de forma bem clara é que a leitura que vocês têm que fazer, a leitura que nós, jornalistas, temos que fazer é “de uma coisa eu já tenho certeza: Agnelo não quer votar em Maurício”. O porquê, é ele quem tem que responder. Daqui para 2012 muita coisa vai acontecer.

Entre essas coisas que podem acontecer, o senhor abdicar da candidatura, é uma delas?
Não, nosso projeto é o projeto do partido.

Mas houve essa conversa com Agnelo?
Não como uma conversa. O que existe é uma confraternização da gente, todo mundo se relaciona bem, e a turma brincando com um ou com outro. “Agnelo pode votar?”. “Pode!”. “E Gilson pode votar?”. “Pode! Qual o problema?”. Agora, a gente ali, de certa forma descontraída, conversando brincando. O que eu quero colocar para vocês é que a leitura bem objetiva que eu tiraria do fato é a que acabei de colocar. Num momento chega Agnelo e diz: “Eu posso votar em Gilson, porque não?”. Em outro momento ele diz: “Gilson poderá votar em mim, porque não?”. Mas Gilson poderá votar em qualquer um outro. Gilson poderá ser votado. Vai depender da eleição e do pleito.

O senhor falou de diálogo no início da conversa. O senhor abre a possibilidade de conversar com o prefeito Maurício?
Administrativamente, de poder discutir projetos para a cidade, posso.

E para a eleição?
Ele tem o projeto dele, o grupo dele, e a gente tem o nosso. Esse é o nosso posicionamento

Esse coleguismo que há na Assembléia entre o sr. e Agnelo pode extrapolar para a questão municipal?
Não sei. Pode ser que sim e pode ser que não. Eu não posso descartar nada, eu não posso dizer absolutamente nada. O que eu posso dizer para você é que a minha relação com ele é boa, cordial. Ele é um colega e a gente não tem problemas em conversar assuntos tanto da Assembléia, como assuntos de ordem política e pessoal.

Uma pergunta mais direta: um apoio de Agnelo em 2012 seria bem vindo?
Quem não gostaria de ter? Seria muito bem vindo. Se ele quiser me apoiar eu aceito, se Maurício quiser me apoiar, eu aceito. Quem é que não vai aceitar? Candidato que nega apoio e que não pede voto não quer ganhar eleição. Eu não só aceito como peço. Se quiser vir me apoiar, estou de braços abertos para receber.


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