Da Redação do Potiguar Noticias
O poeta Marciano Medeiros publica
um novo folheto de cordel onde relata a trajetória da polícia alagoana, para
conseguir matar o temido cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva, o popular
Lampião. Segundo o poeta relatou no cordel, houve um verdadeiro massacre, no
dia 28 de julho de 1938. A volante comandada pelo tenente João Bezerra chegou
ao local onde estavam os cangaceiros pela madrugada e, às 5h15 da manhã, foi
iniciado um tiroteio de menos de vinte minutos, resultando na morte de Lampião,
Maria Bonita e outros nove cangaceiros.
O autor ressaltou, em suas
estrofes, que Maria, a “rainha do cangaço,” foi degolada ainda viva.
Questionado sobre as fontes de seu cordel, o autor disse que a principal foi um
livro e Antônio Amaury, um dos mais conhecidos pesquisadores sobre o tema do
cangaço e que reside no Estado de São Paulo. No livro, existem detalhes
contados pelos protagonistas que viram o drama de Angico acontecer, a exemplo
de Sila e Candeeiro, integrantes do grupo que sobreviveram ao ataque da
polícia.
Além disso, Marciano Medeiros
disse ter recebido orientações de dois potiguares estudiosos da temática.
“Primeiramente, o escritor Sérgio Dantas me passou um livro de Antônio Amaury,
indicando, em seguida, o nome de Ivanildo Alves da Silveira, um promotor de
justiça de Natal, que me ajudou para que eu pudesse entender melhor certos
períodos da vida de Lampião”, mencionou o autor.
O cordel mostra o local de
nascimento de Virgolino Ferreira da Silva ocorrido em Vila Bela, hoje Serra
Talhada/PE, no distante ano de 1898, conforme a certidão de batismo. Em
seguida, O folheto mostra as brigas iniciais acontecidas com o primeiro inimigo
de Lampião, o fazendeiro José Saturnino. As perseguições do tenente José Lucena
que assassinou José Ferreira, o pai de Lampião em 1921, quando Virgolino já
estava envolvido em confrontos, desde 1917, ano em que o cangaceiro participou
do primeiro combate no Sítio Pedreira.
De maneira que, segundo o poeta,
a morte do pai do Virgolino apenas aumentou sua revolta, ele usou o episódio apelidado
pelo pesquisador Frederico Pernambucano de Mello de “escudo ético”, para
justificar sua entrada na vida do cangaço, porém, tal afirmação não corresponde
à realidade dos fatos. Quanto à eterna pergunta: se Lampião foi herói ou
bandido - o cordelista enfatizou que
“Lampião teve momentos de heroísmo, quando, por exemplo, Virgolino era um
garoto de dezessete anos e defendeu sua família, oprimida pelo fazendeiro José
Saturnino, no período em que os Ferreira moravam no Sítio Passagem das Pedras,
nessa ocasião, ele foi um herói. Porém, quando matava implacavelmente, era um
bandido. Mas acho que devemos fugir desses rótulos com generalizações radicais,
eu entendo, portanto, que Lampião foi um misto de herói e de bandido. Ele pagou
em vida por tudo que fez, pois sofreu a pena de morte, na fatídica execução de
28 de julho”, concluiu o poeta popular.
Terça, dia 31 de julho, houve o
lançamento do folheto de cordel intitulado: Vida e Morte de Lampião. Foi na
livraria Nobel, que fica quase em frente ao hospital Walfredo Gurgel. O evento
aconteceu às 19 horas e teve três blocos. No segundo bloco, ocorreu o
lançamento do folheto e um debate com participação de Marcos Medeiros e de
Marciano Medeiros, sendo Marciano o autor referido do cordel.
No terceiro bloco, o público
interagiu com os debatedores. Marciano Medeiros também expôs seu trabalho na
Feira do Empreendedor 2012, um evento promovido pelo SEBRAE do Rio Grande do
Norte na 8° Feira do Livro em Mossoró.
O autor também agradeceu o apoio
que recebeu de Elenice Anastácio, Secretária Nacional de Jovens Trabalhadores
Rurais da CONTAG, que reside em Brasília, para conseguir a publicação do folheto.
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