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Insegurança faz pequenos comerciantes de Parnamirim buscarem auto-proteção

Jouse Azevedo
Para o Potiguar Noticias

Vinte e um assaltos. Essas são ocorrências registradas somente em um único ponto comercial localizado no bairro Vale do Sol, em Parnamirim. E esse não é um índice que se destaca apenas  em um bairro do município. A insegurança se alastra em dados alarmantes por todos os cantos. Assaltos e arrombamentos representam os maiores números de ocorrências. Quem ainda mantém o negócio aberto se protege atrás de grades. Cerca de três mil pequenos estabelecimentos estão em funcionamento em Parnamirim.
O mercadinho São Francisco, localizado na rua Mário Negócio, contabiliza exatamente 21 assaltos. A última investida de bandidos no local ocorreu há 15 dias. De acordo com Francisco Bezerra, 56 anos, a onda de assaltos em seu estabelecimento obrigou a família a se prevenir e gastar mais com segurança. Há um ano, o local conta com o apoio de vigias armados que se revesam em dois turnos. O gasto chega a R$3 mil mensal para o comerciante que já perdeu R$800 em um único assalto.
"Eu sofria três assaltos a cada mês. Chegou um momento em que a situação estava incontrolável, então, reuni minha família para decidirmos se fecharíamos o comércio. Foi então que decidimos tentar mais uma vez com a contratação de seguranças para vigiar o local e intimidar um pouco as ações, que se tornaram rotina", desabafou Francisco Bezerra, enquanto atendia um cliente.
De acordo com moradores, o Vale do Sol é um dos bairros do município onde mais são registrados ocorrências de violência. "Com a mesma estatística de violência registrada nos bairros de Rosa dos Ventos e Passagem de Areia, Vale do Sol também é berço para a insegurança", confirmou o Sr. Bezerra, que, além de ter gradeado o estabelecimento, instalou circuito interno de câmeras, para tentar conter os bandidos.
O que agrava a situação da insegurança em Parnamirim são os altos índices de assaltos a mão armada registrados na região. O Potiguar Notícias, que também vem retratando o município para a Série A Cidade por Dentro, tem registrado o medo de moradores e comerciantes. Entre as fragilidades da segurança pública, estão a falta de policiamento nos bairros e a falta de viaturas realizando as rondas. Entre os crimes, os mais frequentes são a impossibilidade de transitar nas ruas à noite, os assaltos em residências, arrombamentos "saidinhas de banco".

Ações cada vez
mais ousadas

No último dia 08, em plena luz do dia, um funcionário da rede Boa Esperança Supermercados foi assaltado em frente à agência da Caixa Econômica Federal, no Centro de Parnamirim. A ousadia do assalto intrigou pela agilidade da ação. O assaltante, que estava armado e usava capacete, ao anunciar o assalto, foi ágil e contou com apoio de um comparsa que o aguardava em uma moto na esquina. No assalto, o Boa Esperança contabilizou um prejuízo de cerca de R$30 mil.
Em junho, a mesma empresa foi alvo de um arrombamento de um caixa eletrônico dentro da loja de Rosa dos Ventos. Na ação, bandidos renderam o segurança no momento do fechamento da loja. O crime, planejado, ocorreu no mesmo instante (20h) em que a empresa inaugurava a terceira loja da rede, no Parque Industrial, e quando há pouco  movimento nas ruas.

Residências cercadas
Com o aumento da insegurança, muitas famílais tentam amenizar os riscos de assaltos. Com isso, parece que ficou comum, hoje em dia, a contratação de serviços privados de segurança, como alarmes, cercas eletrônicos e até seguranças armados. Basta andar a pé por entre as ruas de bairros como Cohabinal e Centro para observar o crescente número de residências cercadas.
Na rua Gentil Ferreira de Sousa, na Cohabinal, praticamente metade das casas possuem cerca elétrica. Até o tradicional e barato caco de vidro quebrado, finalizando o muro, não tem sido mais visto no município. "Não é mais luxo. Temos que nos proteger cada vez mais, e a cerca elétrica passa a sensação de segurança. Hoje, estou mais tranquila, sabendo que ela funciona e dispara se alguém tentar passar", explicou uma moradora que preferiu não se identificar.

Foto: Jouse Azevedo

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