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Haneke e o cinema do incômodo


Cefas Carvalho

Michael Haneke ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes, na premiação realizada no domingo dia 24. Quando saiu a relação dos filmes concorrentes ao prêmio, há meses, de cara, torci para o prêmio ir para o austríaco Haneke ou para o espanhol Pedro Almodóvar. Nenhum dos dois cineastas havia recebido a láurea máxima de Cannes e ambos têm uma obra tão peculiar, tão própria, que basta um filme ter a assinatura deles para se querer assistir, independente da trama ou do roteiro.
A longa do espanhol dividiu público e crítica, embora este escrevinhador tenha certeza que vai gostar do filme. Mas, o de Haneke (Das wiesse band – A fita branca) causou furor. Não é de hoje que ele impressiona. Descobri o cidadão com o “Funny Games- Violência gratuita”, um dos filmes mais barra-pesada da história (que também fez furor em Cannes). Depois veio “Caché” e “A professora de piano”, duas pedradas no espectador, dois mergulhos – principalmente o segundo – nas profundezas da alma humana.
Haneke, assim como gente como Pasolini, David Lynch e Miike, faz cinema para incomodar. Em tempos tão cínicos e com tanto bombardeio de informação, é bom saber que a arte ainda incomoda. Quem tem dúvida que assista a um filme do austríaco.
Para ler mais sobre Haneke e sua filmografia acesse

www.pt.wikipedia.org/wiki/Michael_Haneke

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