Lagoa Salgada: Matadouro funciona sem higiene e segurança, denunciam vereadores

Cefas Carvalho

Um abatedouro entregue às moscas. Esta é a situação do matadouro público municipal de Lagoa Salgada, município a 52 quilômetros de Natal, que vive uma situação de total descaso e abandono, segundo denuncias de parte da população, que durante meses acompanhou a situação caótica, e, agora, de três vereadores.
Para o vereador Ozivaldo Nascimento Queiroz (PMDB), conhecido como "Novinho Queiroz", a situação do abatedouro é realmente preocupante.
"Observamos marchantes trabalhando sem camisa, sem luvas e sem qualquer proteção, falta de equipamentos e carnes sendo tratadas no chão", denuncia. Os vereadores Pedro Doutor (PV) e Professora Francisca (PDT) também vem denunciando o problema há alguns meses.
FOTOS
Novinho resolveu não ficar apenas na denuncia verbal e fotografou a situação de abandono do matadouro. A reportagem do PN teve acesso às quase trinta fotos e o retrato feito é chocante: carnes expostas no chão e mesmo no banheiro, crianças com livre acesso ao local onde o gado é morto e restos de carne jogados nos terrenos próximos ao matadouro. Tudo confira um desrespeito total aos padrões mínimos de higiene e segurança.
"A Prefeitura tem que prestar contas em relação á carne que oferece para consumo da população", afirma Novinho. “Minha familia e eu também consumimos esta carne abatida no matadouro e tenho o direito e o dever de questionar o prefeito sobre a qualidade da carne que comemos e que vem de um órgão público”, assinalou.
Presume-se que 70% da população do município consome a carne abatida e preparada do abatedouro (ou matadouro) municipal.
MATADOURO NOVO
A situação é ainda mais grave - e mais insólita - pelo fato de que existe um matadouro público moderno, construído pelo Governo do Estado através da Emater-RN e inaugurado em dezembro do ano passado. Mas, que, estranhamente, se encontra fechado. "Não entendemos porque o prefeito mantém o matadouro novo sem funcionar", espanta-se Novinho. A oposição ao prefeito registra que o abatedouro novo custou mais de R$ 100 mil aos cofres do Governo do Estado e possi totais condições de funcionamento.
A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito Alexandre José da Silva Freire, conhecido como Alexandre Justino, (PSB), mas sem obter sucesso.