Raphael Gomide, enviado especial, e Severino Motta, iG Brasília
Um palhaço invadiu a convenção nacional do Partido Verde e, numa performance repleta de rimas, fez críticas a políticos que constrangeram a candidata Marina Silva e a cúpula partidária, que assistiam à apresentação.
A organização do evento, pensando que o show estava no programa, diminuiu o volume da música no intervalo entre a troca de oradores. O palhaço invasor, Rodrigo Lopes, então, começou seu show, que durou cerca de três minutos, com tiradas politicamente incorretas.
“Disse na Caravela do Cabral, primeira vista. O índio foi para o pau e criaram o carnaval. Eu mato, eu mato, quem roubou minha cueca pra levar dinheiro a jato (...) O Dunga pisou na bola. Eu não. Também tenho minha escalação. Na zaga coloco o protesto do MST, que além de bloquear a passagem quebra tudo que vê. Duda Mendonça no meio de campo, financiou a campanha de Lula e até hoje é presidente (...) No ataque Marcos Valério, adora o lançamento dos fundos e só faz jogada de mestre”.
Marina Silva ficou todo o tempo olhando para frente, sem rir, parecendo constrangida e incomodada. Seu vice, o empresário Guilherme Leal, riu e chegou a aplaudir no momento de crítica ao MST.
Quando ele começou a fazer críticas ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), bem em frente ao deputado Sarney Filho (PV-MA), a organização do evento percebeu que o palhaço não estava nos planos, aumentou o som e, em seguida dois seguranças o retiraram do palco, sob protestos do público, que entendeu ser censura.
Os apresentadores explicaram, então, que a performance não era aguardada.
Fora do palco, o palhaço teve que responder ao seguranças quem o convidou para a convenção. Rodrigo Lopes, que contou ser artista performático há nove anos, afirmou que simplesmente se credenciou na entrada. Como chegou cedo, filou até o almoço servido antes da segunda etapa da convenção.
O palhaço é de São Paulo e disse ser formado em propaganda e marketing pela Universidade de São Paulo (USP).
Após as explicações, os seguranças o acompanharam para fora do prédio. No caminho, irritado, Rodrigo disse que Marina acabara de perder um voto. Um dos seguranças retrucou: “Se não vai votar na Marina por isso, é que não entendeu a mensagem da presidente. Não tocou seu coração”.
Depois da expulsão do palhaço a mestre de cerimônias convidou o teólogo Leonardo Boff para usar a palavra. Antes disso, a apresentadora, disse que, ao fim do evento, se ele quiser, haverá espaço para sua apresentação. “Sobe ao palco, não vai embora, não!”
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Há um ano
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