Toda a cidade está falando

Antonio Nahud Júnior

A prefeita da capital potiguar, MICARLA DE SOUSA (PV), passa por maus bocados. Nas praias, nos ônibus ou nos shoppings todos criticam com desprezo a gestão da chamada “borboleta”. É impressionante: um falatório unânime. Falam da sujeira nas ruas, dos postos de saúde fechados ou que não funcionam, do descaso em relação à educação, da insensatez com o dinheiro público etc. Segundo pesquisa recente, mais de 75% dos moradores do Natal consideram sua gestão péssima. Aliados como os senadores José Agripino e Rosalba Ciarlini, mortos de medo da opinião pública, evitam aparecer ao seu lado. Seus opositores criticam-na sem dó nem piedade. Caso da ex-governadora Wilma de Faria, esta semana, na reunião de centenas de amigos do vereador Heráclito Noé, no Versailles-Tirol. É uma situação lamentável. Uma vergonha para o partido do virtuoso Fernando Gabeira.

Quem tem cargo comissionado no município alardeia sua revolta com a “obrigatoriedade” de colaborar financeiramente com a campanha política do marido da alcaide, Miguel Weber. Os fornecedores se queixam do atraso de pagamentos acordados. A classe artística ambiciona a renúncia do presidente da Fundação Cultural Capitania das Artes (FUNCARTE), Francisco Rodrigues Neto, considerado o pior gestor do órgão de todos os tempos. Entre dezenas de histórias bizarras, conta-se da polêmica performance de Pedro Costa, que tirou um rosário do próprio ânus no “13º Salão de Artes Visuais de Natal”, evento financiado com recursos do município. Fala-se de livro de poesia inexpressivo e festa de aniversário de colunista social bancados pela Funcarte; das artimanhas maquiavélicas para humilhar e provocar a queda do ex-presidente César Revorêdo. Um escândalo atrás do outro! Eu recebo cada e-mail denúncia de arrepiar. Sem contar o que se diz da vida privada de toda essa gente, mas aí é outra história, todo mundo tem direito aos seus fetiches e taras, as suas infidelidades e arrebatos viris. É uma questão pessoal e ponto final. O evidente é que está na hora da prefeita voltar ao casulo. Renascer em melhores companhias e com projetos arrojados. Ou corre o risco de ser exterminada politicamente em pleno vôo, por menos arriscado que aparente ser.

O autor é escritor e jornalista