Cefas Carvalho e Roberto LucenaO prefeito de Parnamirim, Maurício Marques (PDT) recebeu a reportagem do PN em seu gabinete, na sede da Prefeitura, para conversar sobre política, eleições, alegrias, dissabores e o ano e meio à frente da administração do terceiro maior município do Estado. Confira:
Cefas Carvalho: Vamos começar falando sobre cultura. A maioria das pessoas elogia as iniciativas que a prefeitura está desenvolvendo, mas o que mais pode ser feito?Nosso plano de governo foi muito claro com determinadas questões. Parnamirim é um celeiro de artistas. Aproveitamos a estrutura que temos com a capacidade que Vandilma Oliveira [presidente da Fundação de Cultura] tem de mobilizar e passamos a investir mais na cultura e no artista local. Fizemos muita coisa, mas não estou satisfeito. É preciso fazer mais. O edital do Cine-Teatro será publicado nos próximos dias e com certeza, em 2011, por volta de julho ou agosto, teremos nossa casa do artista de Parnamirim.
Roberto Lucena: E nas demais áreas, qual o balanço até o momento?Nós estamos muito além daquilo que foi planejado. Quero falar sobre a saúde. Nos últimos meses inauguramos seis novas unidades básicas de saúde. Abrimos a Unidade de Pronto Atendimento funcionamento 24 horas totalmente com recursos próprios. Inauguramos ano passado, o Centro Clínico Sadi Mendes que, para minha surpresa, realizou, em quatro meses, 400 mil atendimentos, ou seja, duas vezes a população de Parnamirim. Estamos em julho. Já tenho aplicado na saúde, este ano, 31% da nossa receita. Está tudo perfeito na saúde. Pavimentamos e drenamos toda a bacia do Parque das Orquídeas. Fizemos iluminação pública. Na habitação, todos sabem que prometemos mil unidades nos quatro anos de administração. Fizemos uma parceria Município, Caixa Econômica, iniciativa privada e já temos hoje, com o Minha Casa, Minha Vida, assegurados 3.600 unidades habitacionais. Três vezes mais do que prometemos em quatro anos. Vocês sabem do complexo Moita Verde. Lá, as pessoas vão receber casas novas. Isso nos deixa muito orgulhosos. A educação tem farda, merenda, transporte escolar. Os professores tiveram três aumentos em dez meses. Nós fizemos em dezoito meses - foi muito além do planejado. A assistência social está com todos os projetos em andamento. Tudo bem estruturado. Tudo isso é fruto de um trabalho planejado e, acima de tudo, é o cumprimento da palavra dada à população de Parnamirim.
RL: Vamos falar sobre saneamento básico. Recentemente, foi realizada uma audiência pública na Assembléia Legislativa proposta por Gilson Moura (PV), que debateu esse assunto. Em que pé está a obra?Todos sabem que as obras pararam em 2008. A partir do momento que assumimos, são dezoito meses. Adequamos o projeto em razão das exigências do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica. O projeto foi totalmente reformulado atendendo as exigências dessas instituições. Recursos do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] estão assegurados, além de dois empréstimos do próprio Município. Os recursos estão assegurados. Não havia um projeto de uma estação de tratamento. Hoje tem. Tudo já foi aprovado pela Caixa Econômica. Mas veja bem: isso é tramitação de recursos federais; é uma obra de R$ 127 milhões. Existem as fiscalizações. O Ministério das Cidades, Caixa Econômica e Tribunal de Contas da União estão fazendo os ajustes finais para a liberação. Com relação à data que irá começar, não posso responder porque não depende do prefeito. Por mim, teria começado em maio. Mas os órgãos fiscalizadores e financiadores precisam fiscalizar. Mas tenho certeza que iremos recomeçar em breve. É uma questão de paciência. Quanto à questão de Gilson Moura, eu ouço tudo, mas só fica na minha cabeça aquilo que constrói. Se não for bom para Parnamirim, nem ouço.
RL: O senhor citou que Parnamirim tem poder de decidir uma eleição. Os candidatos e a população estão aguardando o anúncio de seu segundo voto para o Senado. A chapa já está fechada?A minha chapa é Dilma Rousseff (PT) para presidente. Inclusive, vou fazer parte da coordenação nacional da campanha de Dilma. Terça-feira, dia 13, irei à Brasília para a primeira reunião. Senador é Garibaldi Filho (PMDB). Voto nele sempre. Só não votei para prefeito porque sempre votei em Parnamirim. Governador é Carlos Eduardo (PDT). Tenho compromisso assumido com Carlos e Agnelo Alves (PDT) e acho Carlos um homem sério que merece o voto do Rio Grande do Norte. Fátima Bezerra (PT) é a deputada federal de Parnamirim. O que essa mulher fez por Parnamirim nenhum outro político fez. E ela vai fazer mais. Agnelo é meu candidato a deputado estadual e não precisa explicar o porquê.
RL: Só falta o segundo voto de senador.Essa semana terei uma reunião com a ex-governadora Wilma de Faria (PSB). Iremos discutir alguns assuntos relativos à Parnamirim. Essa conversa é que vai nortear.
Na verdade, sempre conversei com ela, sempre converso com Iberê. É aquela história de “Parnamirim sim, voto sim. Parnamirim não, voto não”. Quando assumir meu compromisso com quem quer que seja, quero levar a mensagem ao povo de Parnamirim como eu levei, na campanha de 2008, quando derrotei o candidato que tinha 56% nas pesquisas e eu só tinha 8%. A minha mensagem foi mais forte do que os 56% que ele tinha. E para Wilma e Garibaldi preciso dessa mensagem forte, e da mesma forma que acreditaram em mim, vão acreditar nos dois.
CC: Essa campanha pode ser benéfica para Parnamirim?Espero que assim seja. Em oito anos de governo Wilma de Faria, por motivos outros que não quero discutir de quem foi a culpa, houve um afastamento e dificuldades. Nesses oitos anos, tivemos só a receita própria e obras do governo Lula. Espero que agora, com os apoios e compromissos assumidos em praça pública, os eleitos façam aquilo que eu estou fazendo por Parnamirim. Espero e vou cobrar. Com o microfone na mão, sou bom cobrador. Parnamirim precisa ser respeitada como a terceira cidade do RN. Não aceito que se discuta política no RN e plano de governo sem ouvir Parnamirim. Se alguém acha que o prefeito de Parnamirim vai se dobrar por outras questões, não! Ninguém é mais importante do que a população de Parnamirim e merece ser respeitada.
RL: Um dos primeiros votos que o senhor declarou foi o apoio a deputada Fátima Bezerra. Porém, muitas pessoas que fazem parte do seu grupo já declararam apoio a João Maia (PR). Há alguma frustração ou tristeza de não ver todos acompanhando sua indicação?Não. Não existe isso, nem estou preocupado. Essa eleição é muito complexa e as coligações são difíceis. Na hora que sou de um partido, tenho ligação com esse partido. Mas há outro aspecto. Da mesma forma que estou dizendo que meu candidato a deputado estadual é Agnelo e de doze vereadores só três o acompanham, Agnelo não é para ficar com raiva dos outros. Três vereadores irão me acompanhar com Fátima e vou conversar com os demais.
Agora, tem um detalhe: os cargos comissionados dos vereadores. O vereador indicou, mas quem nomeou foi o prefeito. Não vou brigar com os vereadores, mas os cargos comissionados eu vou cobrar que me acompanhem no voto com Fátima.
CC: E como será o trabalho de captação de votos para Carlos Eduardo em Parnamirim?Estou aguardando uma conversa com ele e a coordenação de campanha. Não sou coordenador da campanha de Carlos. Vou trabalhar fortemente para ele. Agora, preciso conversar porque tem a campanha dele e de Agnelo. Acho que a campanha dele está crescente.
RL: O senhor afirmou que vai cobrar o apoio dos cargos comissionados. Isso vale para os secretários. E o voto para deputado estadual?O secretariado me acompanha. Agora, há casos específicos como, por exemplo, o secretário de Obras [Naur Ferreira], que tem laços familiares com Rosano Taveira (PRB). Agnelo está muito bem posicionado com os secretários e cargos comissionados. Mas ele está bem posicionado é com o prefeito. Compromisso. Tem um negócio chamado lealdade. Agora, eu também exijo reciprocidade.
RL: Temos os nomes de Agnelo, Taveira, Sérgio Andrade (PP) e Gilson Moura. O senhor acredita que Parnamirim consegue eleger mais de um deputado estadual?Não considero Gilson Moura candidato de Parnamirim. Esse cidadão não tem compromisso com Parnamirim. Os candidatos de Parnamirim são Agnelo, Sérgio e Taveira. Temos mais de 96 mil eleitores. Dá para eleger perfeitamente, mas precisa trabalhar bem fora de Parnamirim.
CC: Foi por não ter compromisso com Parnamirim que ninguém da prefeitura compareceu à audiência pública sobre o saneamento proposta por Gilson?Não. Ninguém compareceu porque o projeto está pronto e aprovado. Porque não se convocou essa audiência antes do período eleitoral? Não podemos servir de trampolim para alguém que quer usufruir de um projeto que não tem participação dele, que mentiu em praça pública dizendo que mora em Parnamirim há 15 anos e há pouco tempo foi vereador de Natal.
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