Roberto GuedesOs dois mais jovens congressistas do Rio Grande do Norte, os deputados federais Fábio Faria e Felipe Maia, candidatos à reeleição, respectivamente, pelo PMN e pelo Dem, estão entre os políticos brasileiros que mais enriqueceram nos últimos quatro anos, conforme “ranking” divulgado na mais recente edição da revista “Época”, que está nas bancas de todo o país desde a noite da última sexta-feira, 16.
Dono de patrimônio declarado de 1,9 milhão de reais, contra os 249 mil reais computados em 2.006, quando iniciou sua carreira política, Fábio é o 17° integrante da lista dos que mais enriqueceram. Ele não figura, porém, na dos atuais candidatos que mais acumularam dinheiro, na qual Felipe comparece com 3,8 milhões de reais declarados há quatro anos e 7,4 milhões contabilizados agora.
As duas listas foram elaboradas com base nas declarações patrimoniais que todos os candidatos ao pleito de outubro próximo tiveram que entregar no início deste mês à justiça eleitoral. Até meados da semana passada, mais de vinte mil candidatos haviam cumprido esta obrigação, que vem sendo adotada desde 2.002. A revista cruzou as informações disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com as de organizações não governamentais que acompanham a atuação de políticos, como as constantes dos “sites” Políticos do Brasil e Transparência Brasil.
SEM ESCONDER
Fábio e Felipe não constam como políticos que omitiram informações, situação em que teria sido flagrado o candidato que mais turbinou seu patrimônio nos últimos quatro anos em todo o país, a catarinense Angela Amin, candidata a governador pelo PP. Enquanto o patrimônio de Fábio cresceu 98%, o de Angela se ampliou em 774%, passando dos 2,5 mil que declarou em 2.006 para 1,6 milhão de reais.
O primeiro espaço da mídia norte-rio-grandense a divulgar o levantamento da “Época”, revista ligada à Rede Globo de Televisão, foi o “blog” da jornalista Thaisa Galvão. Segundo a periodista, Fábio e Felipe “não tentaram esconder nada”. De acordo com as declarações à justiça eleitoral, o primeiro comprovou patrimônio de 1.926.528,69 reais, enquanto o segundo estimou o seu em 7.403.227,92 milhões.
HERANÇA
Segundo Thaisa, o patrimônio de Fábio se expandiu logo depois de seu desembarque na câmara federal, quando ocorreu o falecimento de sua avó, empresária Jane Faria, que lhe deixou uma herança considerável. Mostrando que ele não maquiou o enriquecimento, ela citou um fato que também turbinou em termos contábeis o patrimônio do parlamentar.
Depois de receber a herança de dona Jane, Fábio comprou um apartamento no mesmo prédio da praia de Areia Preta em que residem seu pai, o deputado estadual Robinson Faria, presidente da Assembléia Legislativa e do diretório regional do PMN e candidato a vice-governador pela oposição, e o advogado, ex-deputado e ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, candidato a governador pelo PDT.
Comprado na época da construção, o apartamento de Robinson consta na declaração de rendimento como valendo 305,3 mil reais, o preço registrado na Receita Federal por ocasião da aquisição; o de Fábio está registrado no valor de 1.072.314,00 reais, preço que ele pagou em 2.007, com o prédio já inteiramente ocupado. “Já Carlos Eduardo Alves, que comprou o apartamento depois dos dois, declarou como valor do imóvel: 342.668,49 reais”, registra Thaisa.
Acompanho notícias políticas por todo o país, especialmente em Santa Catarina e já circula na imprensa local a nota de esclarecimento enviada por Angela Amin à redação da revista Época esclarecendo o conteúdo da matéria divulgada.
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