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Entrevista com Fátima Bezerra: “No PT há um desejo para que eu concorra ao Senado”

Deputada federal em 3º mandato, após ter sido deputada estadual, a professora Fátima Bezerra (PT), conversou com os jornalistas José Pinto Júnior e Cefas Carvalho para o Potiguar Noticias, onde falou sobre projetos para 2014, analisou as eleições passadas e deu sua opinião sobre aspectos gerais da política. Confira:

Deputada, qual a avaliação do  ano legislativo e político de maneira geral?
Do ponto de vista legislativo, temos aspectos positivos, apesar de ter sido um ano atípico em função da agenda eleitoral, mas nós conseguimos aprovar matérias que eu considero estratégicas e muito importantes para o país. Destaco o Plano Nacional da Educação, que finalmente foi aprovado na Câmara dos Deputados - eu, inclusive, apresentei uma emenda que foi acolhida para antecipar em seis anos a equiparação entre valor médio do professor, dos demais profissionais com formação equivalente. Isso significa, por exemplo, que o piso hoje, que é em torno de R$ 1.451, nos próximos seis anos nós teríamos mais que dobrar o valor do piso salarial do magistério e o financiamento da educação. Temos assegurado os 10% do PIB para a educação, lá no Senado. Esperamos que no primeiro semestre de 2013 seja consolidado a sua aprovação final. Destaco a lei do trabalho escravo, que finalmente saiu do papel, uma vergonha. Destaco aqui a PEC das trabalhadoras domésticas, muito importante do ponto de vista dessa categoria, os seus direitos. Posso destacar aqui também a instalação da Comissão da Verdade e da Memória. Foi outra iniciativa muito importante que o governo mandou para o Congresso Nacional, instrumento muito importante para fazer o resgate da memória, da verdade, dos que enfrentaram o Regime Militar. Destaco por último a questão da medida provisória do setor elétrico, de cunho social, na medida em que vai reduzir o preço da tarifa de 2013. Nos aspectos negativos, primeiro, não ter chegado ao entendimento no que diz respeito a questão da redistribuição dos royalties. Enfim, essa briga - os estados produtores versus os estados não produtores - eu lamento profundamente, que nós não tenhamos chegado a um entendimento, de que essa riqueza vinda da instalação do petróleo do pré-sal não pode ser patrimônio de um ou outro estado. Ela tem que ser patrimônio do Brasil. Outro fato negativo foi o desfecho da CPI do caso Cachoeira. É vergonhoso o que aconteceu.

Já está indo pra três décadas essa discussão da reforma política. Não seria razoável apresentar uma ideia de reforma política de verdade, mas trabalhando daqui há quinze anos. Livraria a pele de quem vai sobreviver um ou dois mandatos. O que a sra. acha dessa ideia de votar agora para começara valer daqui a três legislaturas?
Essa análise que você está fazendo procede. Mas do fato é que tentativas já foram feitas nesse sentido, mas não anda, não avança. As mudanças que forma apresentadas levavam em consideração essa questão do tempo para serem implantadas de forma gradativa. Mas não andou, porque o ponto central é o financiamento público de campanha. Volto a dizer: a maioria dos que lá estão são sustentados por esse sistema político eleitoral, com essas regras, anacrônicas que estão aí. O céu é o limite do ponto de vista do abuso do poder econômico. Eu sou daquelas que só acredita na luta social, na luta popular.

Deputada, a sra. começou falando logo na primeira pergunta que esse foi um ano atípico que um ano eleitoral. Qual a análise que faz como parlamentar na participação, do PT principalmente, na eleição em Natal, em que o candidato do partido quase chegou ao segundo turno quando não era esperado pelas pesquisas?
Foi positiva. Em função exatamente do que você está colocando. Participamos de uma luta muito dura, e eu me sinto muito a vontade, por que coordenei a campanha de Fernando Mineiro, da primeira caminhada  a última. Nós estávamos isolados, nenhum partido se coligou conosco, todas as pesquisas apontavam que a gente estava abaixo dos 10% e tivemos um crescimento que no finalzinho foi surpreendente, que foi muito bom, porque mostrou  a força da militância e mostrou também a força do projeto consistente nosso no plano nacional, até porque  a eleição aqui em Natal foi toda sintonizada  do ponto de vista programático com o projeto nacional, hoje liderado pela presidenta Dilma. Quero aqui também destacar o fato que nós tínhamos o melhor candidato. Era o candidato mais preparado, que melhor se apresentou nos debates. Eu sempre disse a ele que o grande trunfo que a gente tinha era exatamente o preparo dele, o conhecimento que ele tinha sobre a cidade, ou seja  a consistência do projeto que a gente apresentou para a cidade. Considero mesmo que a gente não tenha ido pro segundo turno, mas o PT saiu vitorioso do ponto de vista político nas eleições de Natal , inclusive retomamos o nosso espaço na Câmara Municipal de Natal, também com a reeleição de Fernando Lucena; a outra foi o companheiro Hugo Manso.

Na avaliação do partido, o que faltou para chegar ao segundo turno? Se o partido tivesse investido 1% do que investiu em São Paulo, Mineiro poderia ir para o segundo turno. O que acha disso?
Primeiro que vocês já deram a resposta. Veja, primeiro é preciso colocar o seguinte: o PT, o partido nacional, tem suas prioridades, mas o importante é ressaltar que a direção nacional do partido contribuiu com a campanha no nosso candidato Fernando Mineiro. Claro que não contribuiu, digamos assim, da forma como a gente gostaria. Nós queríamos que a contribuição tivesse sido muito mais substancial, queríamos que Lula tivesse gravado.

A sra. toparia disputar o Senado?
Veja bem, nesse momento temos candidato a reeleição. Agora nós não descartamos de maneira nenhuma a disputa para o Senado. Primeiro, tem que se fazer esse debate dento do partido. No partido há um desejo que eu apresente meu nome pra o Senado em 2014. Já foi colocado publicamente. Agora vamos fazer isso sempre sem precipitação. É debate também que será direcionado com a direção nacional do PT e nesse aspecto quero dizer que há um desejo por parte da direção que eu seja candidata ao Senado da República. Mas a prioridade do partido é reeleger Dilma e dar continuidade ao projeto iniciado por Lula.

A sra. acredita que o deputado Henrique Alves conseguirá ser eleito presidente da Câmara dos Deputados?
Henrique é de um partido aliado no plano federal, o PMDB, e vem se articulando bem. Eu acredito que ele irá, sim, ser eleito presidente da Câmara.

Foto: Riane Brito

Fiart terá 18ª edição em janeiro e deverá movimentar economia local

Um dos eventos mais significativos do calendário turístico do Rio Grande do Norte, a Fiart – Feira Internacional de Artesanato, chega a sua 18ª edição, no período de 18 a 27 de janeiro de 2013, registrando crescentes índices de aprovação em todos os níveis e, aumento do público visitante, proporcionando assim mais dinâmica e brilho ao verão na capital potiguar, além de incrementar a renda de cerca de mil artesãos, distribuídos por 385 estandes.
A 18ª Fiart acontece no Pavilhão das Dunas do Centro de Convenções, apresentando em sua programação, a venda de produtos artesanais do Rio Grande do Norte e de todas as regiões do Brasil, além de países confirmados como Indonésia, Senegal, Filipinas, Índia, Equador, Paquistão, Palestina, Marrocos, Emirados Árabes, Itália, Peru, Argentina, Bolívia e Turquia.
 Gastronomia, seminários, exposições, concursos e uma variada programação cultural também integram o evento, que apresenta como tema, “Talento e sensibilidade para moldar o futuro”.
 O coordenador do evento, empresário Neiwaldo Guedes, lembra que a Fiart é conhecida por ser o motor da economia nas férias e, acredita que vai conseguir aumentar o fluxo de setenta mil visitantes obtido na edição 2012, “trabalhamos para que possamos ter mais visitantes, proporcionando ao povo do Rio Grande do Norte e turistas que nos visitam, uma boa impressão do verão por aqui. A Fiart é muito plural e interessante, com grande foco na cultura, através da realização do Salão do Artesanato Potiguar, do Salão dos Mestres, Festival de Danças Folclóricas, Prêmio Vitrine do Artesanato e, até a presença de tribos indígenas com sua cultura diferenciada”.
O evento conta com o apoio do Governo do Estado, SEBRAE/RN, Prefeitura da Cidade do Natal e do Programa do Artesanato Brasileiro, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), sendo uma realização da Espacial Eventos.

Dário Barbosa: "Sabemos que quando formos assumir o mandado entraremos no ´mundo real´ da política"

Candidato a vice-prefeito de Natal na chapa de Robério Paulino, Dário Barbosa é líder do PSTU em Natal e no Estado há anos e, finalmente, viu a eleição  - pela 1ª vez em Natal – de um membro do partido para a Câmara: a professora Amanda Gurgel, que com quase 33 mil votos se tornou a recordista de votação para o Legislativo natalense. Em entrevista aos jornalistas Cefas Carvalho e Rômulo Estânrley, para o jornal Potiguar Noticias, Dário falou sobre Amanda, projetos do PSTU e política de modo geral. Confira:

Você recentemente esteve na Argentina. Qual foi o propósito da viagem?
Nós fomos fazer uma participação em um grande ato da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT), que tenta construir um partido mundial. E nós fomos para ele porque foi um marco de 30 anos de fundação da entidade, que ao longo desse tempo se fortaleceu em mais de 25 países.

O que essa sua participação acrescenta na luta dos trabalhadores aqui, no Estado?
Primeiro, acrescenta porque esse encontro fortalece a LIT como uma organização internacional que busca unificar as lutas no mundo inteiro. Fortalecer as lutas dos trabalhadores que são explorados em toda parte do planeta onde há capitalismo já é uma grande contribuição. Falando localmente, as lutas que os trabalhadores desenvolvem contra os patrões no resto do mundo são as mesmas lutas que os trabalhadores fazem aqui, no RN. Observamos que não há diferença na exploração. Então, essa experiência significa uma troca de experiência, mas mostra acima de tudo que há uma necessidade dos trabalhadores do mundo estarem unidos e reconhecer que somos todos trabalhadores em qualquer parte.

Como se deu a articulação entre o PSTU e o PSOL em Natal, já que no contexto nacional isso não acontece?
Em alguns momentos nós buscamos fazer aliança com os partidos da esquerda. Com o caos em que a prefeitura se encontra, nós vimos que era importante uma aliança, como já aconteceu outras vezes. A cidade precisa de um programa diferente e foi por isso que convidamos o Psol, fizemos uma discussão e mostramos como era importante lançarmos um candidato que poderia ser tanto do PSTU quanto do PSOL. E fizemos um acordo de força para lançar o professor Robério Paulino como candidato a prefeito e eu como vice. Discutimos quais seriam as melhores propostas para a saúde, educação, transporte e para o desenvolvimento da cidade, meio ambiente e várias outras questões. Fizemos também uma coligação para ver se elegíamos algum vereador. A partir daí apresentamos o nome da professora Amanda, o PSOL apresentou outros nomes e foi acertada essa frente ampla de esquerda, que teve uma forte votação para prefeito e elegemos Amanda Gurgel, que por tabela elegeu Sandro Pimentel e Marcos. Isso provou que estávamos certos em fazer essa aliança para apresentar uma alternativa tanto para a prefeitura como para a Câmara Municipal. Posso dizer que o que houve de bom para a cidade foi o professor Robério discutindo o programa junto comigo e a votação de Amanda, Sandro e Marcos.

Vocês tinham noção que poderiam eleger três vereadores ou foi uma surpresa completa para vocês?
Com franqueza, foi uma surpresa para todos nós. Achávamos que havia a possibilidade de, com muito trabalho, eleger Amanda Gurgel devido todo ocorrido e a repercussão nacional. Achamos que seria possível inflamar a discursão sobre a educação e reviver na cabeça das pessoas aquilo que elas viram e ouviram de Amanda naquela defesa da educação na Assembléia Legislativa. Achávamos que com a aliança poderíamos eleger Amanda e talvez, com muita luta, eleger mais um vereador. Eleger três foi uma surpresa muito grande para todos nós e surpresa maior foi ver o recorde de votação.

O PSTU conseguiu, pela primeira vez,uma cadeira na Câmara. Qual a avaliação que vocês fazem?
Fazemos a seguinte avaliação: durante a campanha, nossa frente de esquerda não foi atacada em nenhum momento. Foi uma campanha tranquila. Tínhamos uma figura de peso como Amanda Gurgel, que estava sendo extremamente coerente em seu discurso e a imprensa e os outros partidos não tinham argumento para tentar descaracterizar uma candidatura certa para a cidade.

Talvez os outros partidos não tenham tido noção da quantidade de votos que Amanda teria...
É provável que não tenham esperado que dois partidos “nanicos” tivessem tanta votação. Se nós não esperávamos, imagine eles. Acabaram não se preocupando com isso e muitos não foram reeleitos.

O partido está preparado para assumir um mandato na Câmara?
Nós sabemos que quando formos assumir o mandado entraremos no “mundo real” da política, mas nós conhecemos bem o funcionamento da Câmara Municipal. Lá é uma estrutura completamente diferente das nossas condições de trabalho atualmente. É um lugar feito para ganhar você; é feito para que as pessoas honestas entrem e convivam com o luxo, os gabinetes refrigerados e acabe caindo na desonestidade. Para quem normalmente trabalha em escolas caindo aos pedaços encontraram um ambiente fora do comum. Estamos trabalhando para que eles se adaptem. Sabemos que não é fácil ser parlamentar de um partido de esquerda como o nosso, dar de frente com um ambiente onde a maioria é de direita e conservador. Sabemos que é um terreno difícil, mas é concreto e na realidade pragmático. O debate político será difícil, mas não impossível. Estamos mostrando pra Amanda, que é muito inteligente e aprende rápido, experiências de companheiros nossos que tiveram êxito como parlamentares e também mostrando para ela os maus exemplos de candidaturas que não servem para o nosso trabalhador.

Muita gente está depositando em Amanda uma esperança de que ela possa resolver problemas que inclusive não são da alçada de um vereador. Como o PSTU está lidando com isso?
Essa é a melhor parte da política. Expectativa é a confiança que a população deposita no político. É muito importante ser merecedor de confiança de milhares de pessoas na cidade em que você mora, mas temos que ter muito cuidado com a contradição disso, que é a decepção. Estamos fazendo de tudo para corresponder a esse mandato porque o que ela fizer vai ter uma relação direta com o partido. Precisamos apenas esclarecer que vereador não tem o mesmo poder de um prefeito. O parlamentar não consegue executar. Mas Amanda vai ser uma lutadora constante e firme dos interesses do trabalhador.

Como se deu o financiamento da campanha de Amanda, uma vez que o PSTU não aceita financiamento de empresários?
Nosso partido não aceita financiamento de empresas privadas, apesar de ser uma prática legal, mas nós a consideramos imoral porque o político tem que ter compromisso com o a população e não com as grandes empresas com interesses particulares. As nossas campanhas são financiadas com doações dos nossos militantes, convidados a nos ajudar não só segurando bandeira ou entregando panfleto, mas também financeiramente. Foi uma experiência muito rica, porque já tínhamos colaboradores que tiram do seu pequeno salário uma quantia para nos ajudar, mas era pouco.
Nessa campanha nós tivemos uma adesão popular muito forte. Em uma de nossas caminhadas havia em torno de 90 pessoas de fora do partido, havia mais gente de fora do que militantes. Nenhum dos grandes partidos conseguiram fazer isso. As pessoas saiam de suas casas, colocavam gasolina do próprio bolso porque nos recusamos a fazer convênio com postos e fazer nota de gasolina. As pessoas vinham com suas bandeiras feitas com dinheiro do próprio bolso e queriam contribuir com o partido. É com essas pessoas que nós temos compromisso, com a população.

Foto: Riane Brito



Hamlet vai invadir o teatro natalense


Cefas Carvalho
 
Escrita por volta de 1600 pelo dramaturgo William Shakespeare, o drama Hamlet atravessou os séculos, ganhou status de maior peça teatral da história, virou ícone pop (quem não conhece a imagem da caveira e a frase “Ser ou não ser?”), ganha análises psicanalíticas há mais de um século e, nesta cidade Natal em pleno século21 parece mais atual do que nunca. Prova disso é que nesta segunda – um dia após este blogueiro assistir na Virada Cultural, na Ribeira, um hilariante encenação de rua (estilo ensaio aberto) de uma versão de Hamlet pelo grupo Facetas e Mutretas, escrita por Patrício Junior – recebo informativo do grupo Clowns do Shakespeare anunciando que nesta terça (18) e quarta (19), às 20h, acontecerão os primeiros ensaios abertos do próximo trabalho do grupo, justamente Hamlet.
 Após o sucesso de Sua Incelença, Ricardo III (dirigida por Gabriel Vilela), esta montagem do indeciso príncipe da Dinamarca terá direção de Marcio Aurélio. Os ensaios abertos acontecerão no Barracão Clowns. A entrada é gratuita, e os ingressos serão distribuídos uma hora antes. Hamlet estreará no dia 19 de janeiro, no festival Janeiro de Grandes Espetáculos, em Recife (PE), junto com outros espetáculos e atividades paralelas dos Clowns de Shakespeare, abrindo o Ano 20 do grupo. Em seguida, cumpre temporada em Natal, e segue em circulação pelo Nordeste. A montagem de Hamlet tem o patrocínio da Petrobras, Chesf e Banco do Nordeste/BNDES. Sucesso aos Clowns com mais este trabalho e resta esperar a versão pop e irreverente do Facetas para os palcos.

PS: Quem quiser adentrar o universo de Hamlet antes de assistir aos dois espetáculos, pode recorrer ao cinema. Muitas versões excelentes da peça existem disponíveis em DVD, com destaque absoluto para a versão de Laurence Olivier, de 1948 (na foto). Destaque também para as versões de Franco Zefirelli (com Mel Gibson) e de Kenneth Brannagh (com ele mesmo como o príncipe).

Estudante potiguar vence Olimpíada de Língua Portuguesa e é destaque em reportagem da Folha de SP


Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (publicado na Folha de S. Paulo)

Um estudante de José da Penha, cidade de cerca de 6.000 habitantes no Rio Grande do Norte, foi um dos vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa. Neste ano, o evento teve a participação de cerca de três milhões de alunos de 40 mil escolas públicas.
Henrique Oliveira, 12, é filho de vaqueiro e escreveu um poema inspirado no pai: "Chapéu de couro e gibão,[...]/ Tudo artesanal./ Ofício de meu pai,/ Vaqueiro magistral.".
Ele tem seis irmãos e a escola onde estuda, a Ariamiro Germano da Silveira, tem 120 alunos. "Acho que vou continuar com poesia mesmo. Ou ser jogador de futebol", disse ao ser questionado sobre o futuro.
A olimpíada foi coordenada pelo Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), em parceria com o Ministério da Educação. Vinte estudantes de todo o país participaram da premiação. Além de poema, a olimpíada premia memórias, crônica e artigo de opinião.  O aluno vencedor ganha um notebook e uma impressora. Professor e escola também são premiados. 

Foto: Agência Brasil

Festival Gastronômico do Beco da Lama divulga petiscos concorrentes

Festival Gastronômico do Beco da Lama, o PRATODOMUNDO começou sábado dia 8 e continua a semana toda até dia 15. A SAMBA - Sociedade dos Amigos do beco da lama e Adjacências divulgou os pratos concorrentes. As regras são simples: os donos de bares do centro de Natal que desejaram concorrer aos prêmios de melhor prato, inscreveram um prato novo, que será julgado por uma comissão de chefs e culinaristas. Os pratos estão disponíveis aos frequentadores do Beco a R$ 10,00 cada. Vale a pena conferir e saborear. Segue a relação dos petiscos concorrentes desse ano:

BAR DO ZÉ REEIRA - COZIDO DE COSTELA
BARDALLO'S COMIDA E ARTE - ENROLADINHO DO BECO (Foto)
BAR DE NAZARÉ - MOELA NA CERVEJA PRETA
BAR DA MELADINHA - LINGÜIÇA FINA ACEBOLADA
BAR ENCONTRO DOS BOÊMIOS - CUBOS DE FRANGO COM BACON
BAR DO SAPATO - YAKISSOBA DO RECIFE
BAR DO SEU PEDRINHO - FEIJÃOVERDE NA NATA,SARDINHA E ARROZ
BAR INVERNO E VERÃO - SALADA DE BATATA DOCE COM CALABRESA

Foto: Divulgação





Uma charge de Rômulo Estanrley


Entrevista com o ator César Amorim: “Investi no meu sonho de ser ator e não me arrependo”

Cefas Carvalho

Natalense que reside e trabalha como ator no Rio de Janeiro há quase duas décadas, César Amorim (nascido Josecildo César Ferreira Amorim) mostra que é possível viver da arte em uma grande cidade. Nascido em  maio de 1968, César é graduado em Engenharia Civil, pela UFRN; graduado em Autor e Roteirista para TV, pela Universidade Estácio de Sá/RJ; pós-graduado em Arteterapia, pela Universidade Cândido Mendes/RJ e hoje, ator, diretor e dramaturgo. Em entrevista ele falou sobre início de carreira, conquistas porofissionais e teatro. Confira:

Como você começou no teatro e na militância artística-cultural?
Comecei no ano de 1990. Na verdade, a minha paixão pelo mundo artístico se deu muito antes, ainda criança, lá pelos anos 70, quando acompanhava as novelas da Tupi. Era um noveleiro incansável... (risos). Eu via aquelas tramas melodramáticas e queria fazer parte daquilo de alguma maneira. Tanto que, quando ainda estava no Ensino Médio, cheguei a escrever e encenar uma peça para a aula de Educação Artística. A primeira peça que vi foi “O Casamento da Baratinha”, do Jesiel Figueiredo. Fiquei fascinado...  Tenho histórias engraçadas com meu irmão, alguns anos mais novo que eu. Eu o trancava no quarto, o colocava sentado na cama e interpretava pra ele... Imagina, eu, um garoto por volta dos 9 anos, querendo a crítica de um outro de 6... A comédia na minha vida já começou aí... (risos). Meu irmão foi, de fato, minha primeira plateia.

A partir daí decidiu estudar teatro?...
Decidi estudar teatro quando colei grau em Engenharia Civil, pela UFRN.  Formei-me numa semana e, na outra, fui para o Rio de Janeiro. Foi minha primeira vez na capital fluminense.  Fui com o intuito de estudar teatro e ver se era isso mesmo que queria pra minha vida. Tinha, na época, 21 anos.  No mesmo ano, passei em primeiro lugar no vestibular para a Escola de Teatro Martins Pena e vi que aquilo era um sinal de que estava no caminho certo. Essa primeira temporada no Rio durou quase três anos. Voltei pra Natal no início de 1993, pois tudo estava muito difícil no Rio. Em Natal, comecei a fazer teatro efetivamente. Tive que sair da minha cidade e voltar pra ter a certeza de que o teatro era a minha praia. Uma vez mais em Natal, em 1993, escrevi, dirigi e atuei na comédia “Debnacoabete”, uma peça que falava sobre a História do Teatro de uma forma muito maluca. Foi um sucesso.
No ano seguin­te, entrei no colégio Marista. E a partir daí passei a viver de teatro, ao menos viver de lecionar teatro... Foi nesse período de professor de teatro que passei a me exercitar como dramaturgo e diretor. Foi muito rico. O colégio me deu carta branca e eu pude colocar em prática tudo o que havia aprendido. Mas minha vida teatral continuava fora do colégio, claro. Também dirigi e atuei na peça “Diet Olga”, tendo Henrique Fon­tes e Marcelo Cha­ves como parceiros.
Nesse ínterim, abri meu próprio curso de teatro, o Cenação, que durou dois anos... Algum tempo e algumas peças depois, cheguei na peça “As Fúrias”, que, sem dúvida, foi o meu maior sucesso e prazer. Foi justamente essa receptividade, lá pelo ano 2001, que a vontade de voltar a morar no Rio tomou forma. Estava mais maduro, mais experiente, mais consciente do que pretendia e do que gostaria de fazer em teatro...

Como surgiu a vontade-necessidade de ir para o Rio de Janeiro viver-trabalhar e adentrar no meio artístico-cultural?
Bom, a vontade de viver no Rio novamente, de me dar uma segunda chance, surgiu depois do sucesso de “As Fúrias”. Resolvi fazer uma pós-graduação na capital carioca e fui com mala e cuia... (risos). Fiz minha pós em Arteterapia e, paralelamente, entrei num grupo de teatro, a Artesanal Cia de Teatro.  O Colégio Marista  havia me dado dois anos de licença e ao final desse período pedi a demissão para continuar morando no Rio. Adorei cada momento que vivi com meus alunos, mas estava na hora de retomar meu sonho de onde o havia interrompido. E foi isso que fiz e não me arrependo nem um segundo. No Rio, passei a atuar, dirigir e a escrever bastante, tanto que ingressei na faculdade Estácio de Sá e me graduei em Autor e Roteirista para TV.  Ainda é um sonho, escrever para a televisão...

Fale sobre a experiência de escrever, dirigir e atuar em “As Fúrias”, que marcou época em Natal.
“As Fúrias” foi um das alegrias profissionais que tive  em Natal. Foi um sucesso. Ficamos cinco meses em cartaz na Casa da Ribeira, com um bom público, um fato inédito até então. Praticamente todo o elenco era formado por ex-alunos meus do Marista. Com eles fundei o Grupo de Teatro Ditirambo, que só me trouxe alegrias. Convidei esses ex-alunos para montarmos um grupo e a aceitação foi imediata. Começamos os trabalhos. Não tínhamos nada em mente, o nosso objetivo inicial era estudarmos, sem pressa. Nos demos um ano para nos prepararmos e descobrirmos o que gosta­ríamos de fazer. Nesse meio tempo, escrevi um esquete,  que mostramos num evento na Casa da Ribeira. Foi o surgimento do grupo.
Ao final de um ano estudando os gregos, as tragédias e tal, chegamos à conclusão que seria bem interessante se iniciássemos os trabalhos fazendo jus ao nome do grupo – Ditirambo era o nome que recebia um cortejo em homenagem ao deus do vinho, Dionísio, na Grécia Antiga. Conta a História que foi a partir desse cortejo que surgiu o teatro. Bom, já tínhamos um nome grego, então pesamos em fazer uma peça em cima disso.
De volta ao grupo Ditirambo: Pensamos em várias possibilidades até que lemos num livro sobre a mitologia grega a história da tragédia na casa de Agamenon – general que lutou na guerra de Tróia -, que deu origem a uma trilogia de Ésquilo, A Oréstia. Foi incrível! Todos, absolutamente todos nós do grupo nos apaixonamos pela história trágica de amor e vingança e decidimos investir nisso. Escrevi minha própria tragédia, na verdade minha própria trilogia trágica... (risos). E tal como acontecia nos festivais dionisíacos, onde cada autor apresentava uma trilogia trágica seguida de um drama satírico, ou seja, uma tetralogia, eu escrevi a minha.

 Quais suas influências culturais?
Minhas influências culturais são as mais variadas possíveis. Como já disse, antes de estudar teatro efetivamente, era fã de novela, dos melodramas. Então, novela é a primeira influência na minha vida artística. Ao mesmo tempo, vieram os filmes dos grandes comediantes: Jerry Lewis, Chaplin, Jacques Ta­ti, Mazzaropi, enfim gê­nios que sempre me fazem rir.  Spielberg foi fundamental, me fez sonhar ainda mais alto, mas também tinha Hitchcock – sou fã incondicional de filmes de suspense -, Fellini, John Hughes – que fez de­liciosos filmes sobre e pa­ra adolescentes -, Monty Py­thon, todos da Disney etc. Na fase adulta, descobri e me apaixonei por Almodóvar, Kubrick, Cha­brol, Woody Allen, Scor­sese, Ta­rantino, enfim a lista é imensa. Na literatura e dramaturgia, Monteiro Lobato, Agatha Chris­tie, Nelson Rodrigues, Shakespeare, Tennessee Williams, Sidney Shel­don (adorava suas his­tórias de suspense e melodramas absurdos...), Alexandre Dumas Pai e Filho, Ar­thur Conan Doyle...

 Morando no Rio e com a visão apurada de quem vê de longe, como observa a cena teatral potiguar atualmente?
- Olha, confesso que não estou tão inteirado assim do que está acontecendo. Sempre vou a Natal muito rapidamente e não passo mais de duas semanas a cada duas vezes por ano. Sei que existe uma tentativa de organização e união entre os grupos, o que é fundamental. Sempre ouço falar de algum acontecimento, movimento, espetáculo. Vejo notícias sobre oficinas na Casa da Ribeira, eventos lindos na rua da Casa;  espetáculos e oficinas no barracão dos Clowns, com os compo­nen­tes dos Clowns de Shakespeare; notícias sobre Henrique Fontes e o seu grupo; e o surgimento de grupos no­vos e jovens artistas que estão tentando manter e perpetuar o fazer teatral na ci­dade. Acho que tudo está mais sério, sendo encarado com profissionalismo, e isso faz toda a diferença.

Fale sobre a experiência de encenar uma peça inédita de Tennesse Williams (Não sobre rouxinóis) que foi aclamada pela critica carioca.
 Foi muito bom fazer esse espetáculo. Infelizmente, não participei de todo o processo, mas tive acesso a todo o material estudado pelos atores. Entrei na peça duas semanas antes da estreia. O João Fonseca, diretor do espetáculo, me convidou e eu topei na hora. Havia visto um ensaio aberto e tinha saído emocionado com tudo. Era um papel pequeno, que aparecia depois de uma hora de peça, mas que tinha força e uma cena intensa com o protagonista. Foi um prazer fazer, além do que foi a primeira vez que esse texto foi montado no Brasil, ou seja, participei de uma montagem histórica. Nem tradução existia dessa peça até que o Eduardo Rieche, produtor, tradutor e o outro protagonista, resolveu montá-la. Ela foi descoberta pela Vanessa Redgrave, atriz inglesa, quando fazia uma pesquisa sobre Tennessee Williams. Ela ficou tão fascinada pela His­tória real que era contada – sobre uma rebelião de prisioneiros numa prisão de segurança máxima nos EUA na década de 30 -, que resolveu dirigi-la, tendo seu irmão como o protagonista. A peça à época de sua primeira montagem no final da década de 90 ganhou vários prê­mios Tony, o Oscar do teatro americano. O meu personagem era o Capelão do presídio.

 Quais os próximos projetos?
Ano que vem, preten­de­mos continuar com os dois outros espetáculos que apresentamos esse ano, ambos com excelentes críticas: ­Bette Davis e a Máquina de Coca-Cola (comédia adulta, com direção de outro potiguar, o Diego Molina) e Histórias de Alexandre (comédia infanto-juvenil, a partir do original homônimo de Graciliano Ramos). Sou somente ator em ambos. Ficamos em cartaz durante boa parte desse segundo semestre e devemos voltar em 2013.  Além disso, tenho alguns projetos que estão sendo inscritos em editais. Agora é cruzar os dedos e torcer para serem aprovados...

Foto: Divulgação (César Amorim em cena no espetáculo Bette Davis e a máquina de Coca-cola)

Carlos anuncia recuperação do Parque da Cidade e homenagem a Niemeyer


O prefeito eleito de Natal Carlos Eduardo, que está em Brasília para o velório do arquiteto Oscar Niemeyer, no Palácio do Planalto, lamentou a morte do autor do projeto do Parque da Cidade e anunciou que tem agendado na próxima terça-feira (11), no Rio de Janeiro, uma reunião com o arquiteto Jair Valera, que há 30 anos trabalha no escritório de Niemeyer, para tratar da recuperação do Parque. O ex-prefeito, que, eleito em outubro, assumirá novamente a Prefeitura a partir de janeiro de 2013, anunciou ainda que irá prestar uma homenagem a Oscar Niemeyer através da edificação de um busto do arquiteto.

Hugo Manso: "Se Mineiro fosse para o segundo turno, poderia vencer a eleição"

Professor do IFRN, ex-vereador em Natal e candidato ao Senado em 2010, Hugo Manso (PT) foi eleito vereador na eleição de ou­tubro passado e retornará ao Legislativo natalernse a partir de janeiro de 2013. No Alpendre do PN, conversou com os jornalistas José Pinto Júnior e Cefas Carvalho sobre as eleições, partido, objetivo do mandato e política de modo geral. Confira:

O PT votou em Carlos Eduardo no segundo turno e afirmou que não pretendia participar do governo, mas alguns petistas estão inclinados a aceitar cargos. Qual sua posição quanto a isso?
Quando nós votamos pelo apoio a Carlos tomamos a decisão de forma humana. Havia entre nós o sentimento muito forte de abstenção, pois fizemos uma bela campanha no primeiro turno e surpreendemos parte da cidade com os 22% de votos obtidos por Mineiro, que quase foi para o segundo turno, mas percebemos que seria muito ruim para um partido ficar omisso durante as três semanas que a cidade estaria vivendo um forte debate. Poderia ser mais cômodo, mas nós avaliamos que um partido deva ter uma posição. A partir daí conversamos tanto com Hermano quanto com Carlos e inclinamos por um apoio a carlos dado a presença muito forte na campanha de Hermano de figu­ras do governo Micarla e Rosalba, dois governos com os quais nós temos enfrentamento.

O PT chegou a dialogar com Hermano...
Chegamos até a perguntar a Hermano se era possí­vel um rompimento com o DEM e ele respondeu que tinha essa vontade, mas que é uma decisão para o final de 2013. Acontece que precisávamos incidir sobre aquele momento. Se ele rompesse, nós poderíamos ter uma conversa mais pró­xima com Hermano, mas aconteceu o contrário. Eles foram no caminho de uma campanha conservadora. Além do mais, nós já tí­nhamos uma proximidade maior com Carlos Eduardo, até porque participamos da administração anterior. Nossa idéia era unir o partido, mas havia muita gente com o sentimento de neutralidade. Por isso, resolvemos apoiar Carlos, mas sem nos envolvermos em seu governo. Ajudamos Carlos a se eleger e o fato é que, após a vitória de Carlos, se materializa o que eu considero um fato novo: ele ter procurado o PT formalmente para conversar e o presidente do partido ter dito que há uma resolução de não participação deste governo. Choque: foi aí onde houve o equívoco político do PT, que pode ser corrigido no futuro. Deveríamos ter sentado à mesa com Carlos para esta­belecer alguns pontos no sentido de auxiliar Natal sair da crise. Mesmo não participando de forma orgânica deste governo, acho que deveríamos pelo menos ter conversado para levantar alguns pontos. No segundo turno, Carlos pediu 200 dias para limpar a cidade, talvez nós pudéssemos ter pego isso ao pé da letra e trabalhar juntos duzentos dias  e ver o que sairia desse trabalho. Se ele fosse correto durante esse período, nós avaliaríamos as possibilidades, mas no cenário atual o PT está afastado oficialmente dessa relação, mas temos filiados recebendo convites para atuar com Carlos, o que gera um certo constrangimento mútuo e precisamos encontrar alternativas para que isso não se torne uma crise.

Muitas vezes os partidos são criticados por ser adesistas. Agora o PT está sendo criticado por não aderir o governo que ajudou a eleger.
Adesistas nós não somos, isso é fato comprovado. Nós já participamos de vários governos, como o de Wilma, Iberê e do próprio Carlos, mas sem ser adesão, sem a troca de favores. O problema é que a experiência não foi positiva. Isso deixou um trauma porque nós fomos do governo e não fomos empoderados para efetivamente exercer nosso papel. Isso aconteceu na Secretaria de Saúde, na Fundação José Augusto, de chegar ao ponto de pleitearmos várias vezes uma conversa com a governadora e essa conversa nunca sair. Qualquer relação em governos é difícil. Quase nenhum governo é um mar de rosas. Mar de rosas só no de Ro­salba, mas esse do ponto de vista negativo, mas de rosas com muitos espinhos.

Nessas eleições o destaque foi dos institutos de pesquisa, que não deram mais de 13% de intenção de voto para Mineiro. Mas quando abertas as urnas vimos que ele obteve quase o dobro de votos previstos e por pouco não chegou ao segundo turno. Qual a percepção do partido quanto aos institutos de pesquisa?
Eles erraram redondamente. Não posso afirmar que tenha havido má fé, mas erro houve, inclusive do contratado por nós. Há uma leitura de que nosso crescimento foi na reta final e os institutos  não conseguiram perceber. Nós sentíamos nas ruas que havia um forte crescimento, isso foi perceptível. O problema é que quando não se tem um ins­trumento científico que nos dê essa segurança a população votou achando que ou Carlos venceria no primeiro turno ou que Hermano iria para o segundo turno com Carlos. Perdemos muitos votos porque as pessoas preferem votar em quem está na frente, próximo de chegar. A nossa avaliação é de que, caso fossemos para o segundo turno, poderíamos vencer a eleição. Claro que ficou um gosto amargo, mas isso foi devido uma série de fatores. Nossa direção nacional participou pouco da campanha. O que eu senti na minha campanha em 2010, Mineiro sentiu agora: a ausência de uma fala efetiva. Isso nos deixou com o sabor de que um pouquinho mais e tudo seria diferente.

O que se percebe é que o PT, que tinha mais candidatos a vereadores ligados à cultura e educação, foi prejudicado com o fator Amanda Gurgel. O senhor concorda?
A nossa chapa de vereadores não teve metade dos votos que Mineiro teve, nós esperávamos mais. Eu avaliava que poderíamos chegar a 45 mil votos e só chegamos perto de 30 mil. Pelo menos um vereador nós perdemos, porque boa parcela o eleitorado de Amanda tem o perfil de votar no PT. Todo o grupo da coligação de Robério são pessoas que saíram do PT, inclusive o próprio Robério, assim como Dário Barbosa e a própria Amanda, foram militantes do PT. Amanda é claramente um resultado da grande mídia devido sua aparição no Faustão e o partido que soube trabalhar muito bem suas aparições no horário político e fazendo sua campanha em horário nobre.

Qual vai ser o foco do seu mandato?
Natal e sua Região Me­tropolitana. Natal cresceu muito e embaralhou-se com Parnamirim, São Gonçalo e Extremoz. E eu quero dar um foco maior na revisão do plano diretor e quero dialogar com essas cidades sobre essa nova relação. Em Nova Parnamirim, é visível que deve haver um bom diálogo entre as duas administrações, Redinha Nova da mesma forma. Cada um dos bairros por motivos opostos, Nova Parnamirim cresce todos os dias e Redi­nha Nova é um caso de derrota urbana: está abandonada e lá passa o Rio Doce, tem as dunas e é casa dos principais cartões postais do Estado. Nós temos que ter um debate ambiental, de abastecimento de água e alimentos, o que envolve  toda Região Metropolitana, porque Natal quase não produz alimentos, mas é o grande consumidor do Estado. Até mesmo o posicionamento geográfico da Ceasa precisa ser revisto, pois sob o ponto de vista da mobilização urbana a Ceasa está mal posicionada, devido o crescimento da cidade. Nessa situação também está a rodoviária. A mobilidade urbana que deveria sair em decorrência da Copa deve ser abordada com força e dedicação. Nós temos uma trajetória importante dentro do PT sobre esse tema e eu quero associar a verticalização urbana com a preservação ambiental e afirmar que é possível crescer sem atropelar a mata, os passa­rinhos  e os riachos. Nosso crescimento por cima do Rio Pitimbum foi desastroso. O rio está praticamente aterrado, não precisava disso, ele poderia ter sido preservado e ainda assim a cidade ter se desenvolvido. Ainda há tempo de colocarmos um pé no freio nesses aspectos prejudiciais à po­pulação. Aqui mesmo no Alpendre, sede do jornal no centro de Parnamirim e nós podemos ver vegetação, ou seja, isso pode ser feito e as construtoras precisam en­xergar essa possibilidade. Não é ir contra construções, mas sim conciliar meio ambiente e desenvolvimento.

Foto: Riane Brito