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Eleições em Parnamirim: Quem venceu e quem perdeu

Cefas Carvalho 

Quando a Justiça Eleitoral divulgou, na noite do domingo, dia 7, o resultado das eleições, os mundos político e jornalístico imediatamente começaram as avaliações sobre quem venceu e quem perdeu em contextos maiores do que o da simples votação. Alguns êxitos eleitorais podem não ter sido necessariamente uma vitória, e algumas derrotas têm sabor de vitória (como Fernando Mineiro em Natal). Em Parnamirim, houve vencedores e perdedores. Confira quem mais tem motivos para celebrar, e os que mais têm razões para lamentar.


QUEM VENCEU

MAURICIO MARQUES
Disputando seu 2º round contra o deputado Gilson Moura, o prefeito Mauricio Marques (PDT) enfrentou de tudo ao longo de quatro anos: boatos de que Agnelo Alves não o apoiaria, traições, rompimentos e, no início da campanha, a perda da esposa, que faleceu. Conseguiu recuperar-se para fazer uma campanha gastando “sola de sapato”, soube comunicar-se com o eleitor e obteve vitória com 15 pontos à frente do adversário. Mauricio, grande vencedor da campanha em Parnamirim.

LUCINHA THIAGO
A eleição consagrou a ascenção política meteórica de Lucinha, eleita vereadora pela primeira vez em 2008 e, agora, vice-prefeita. Jovem, com perfil dinâmico, tem chances reais de avançar ainda mais na política parnamirinense. Deverá ser uma vice-prefeita atuante.

ROSANO TAVEIRA
Presidente da Câmara Municipal, fez uma campanha eficiente e se elegeu em 3º lugar, conseguindo sua primeira reeleição. É o favorito para ser o presidente na próxima Legislatura.

VALÉRIO FELIPE
Com mais essa reeleição, Valério, do PDT, iniciará, em 2013, seu 10º mandato consecutivo como vereador de Parnamirim. Um recorde municipal e um número invejável sob os prismas estadual e nacional. Sonha com a presidência da Câmara Municipal e tem chances.

IRANI GUEDES
De possibilidade eleitotal a ser o candidato a vereador mais votado. Dono de paciente e sério trabalho na Secretaria de Saúde, Irani realizou campanha discreta e eficaz, com boa estrutura e apoios estratégicos. Na reta final, intensificou a campanha e os apoios. Em rota de crescimento.

OUTROS VENCEDORES
Da mesma forma que Fernando Mineiro em Natal, o PT de Parnamirim não ganhou, mas sai com cara de dever cumprido. Com uma campanha sólida e participativa, os dois candidatos de peso da legenda (a outra foi Mara), Eron e José Amorim tiveram respectivamente 1184 e 1144 votos. O partido deverá continuar na segunda gestão Mauricio e até ampliar espaços, já que a aliança entre o prefeito e a deputada Fátima Bezerra continua sólida.
Já Elienai Cartaxo, vereadora pelo PMDB, teve 2732 votos e foi a 2º mais votada, superando as expectativas. Professora e evangélica, tem o respeito da comunidade e todas as condições de fazer parte da mesa diretora na próxima legislatura da Câmara.
Professor e empresário Giovani Junior foi outro que contou com prestígio na comunidade, boa estrutura, e não decepcionou, tendo 2312 votos e se cacifando para ser um dos destaques na próxima legislatura.

QUEM PERDEU

GILSON MOURA
Mesmo envolvido em escândalos (Operação Pecado Capital, Sargento Siqueira) e tendo visivelmente se afastado de Parnamirim ao longo dos anos, o deputado do PV apostou no seu carisma pessoal e na união das oposições para novamente tentar chegar à Prefeitura. Confiou demais em um suposto sentimento oposicionista da população e, sem ter muito o que mostrar, limitou-se a criticar o prefeito, o que lhe tirou muitos votos das classes A e B. Contudo, como é jovem, tem condições de almejar outros voos.

EPIFÂNIO BEZERRA
Possivelmente, o maior perdedor nesta eleição em Parnamirim. Em um ano, Epifânio passou de vice-prefeito e secretário municipal, com chances reais de continuar vice, viabilizar eleição para  Câmara ou manter-se em uma robusta secretaria, para um atual vice-prefeito sem prestígio e, a partir de 2013, sem mandato. Descartando uma candidatura improvável para deputado estadual em 2014, Epifânio só teria condições de retomar um mandato municipal na eleição de 2016. Terá de marcar presença na comunidade se quiser não cair no ostracismo político.

WALKIRIA FONSECA
Eleita pela situação, a vereadora mostrou um trabalho apenas discreto na Câmara e rompeu com o governo municipal. A mistura de fatores custou-lhe o mandato. Sua base eleitoral, Nova Parnamirim, parece não ter se entusiasmado com sua atuação. Sem mandato e colidida com a situação, terá imensa dificuldade em se manter na política.

SÉRGIO ANDRADE
Da mesma maneira que Walkiria, rompeu com o governo, foi para a oposição e negligenciou sua base eleitoral, também Nova Parnamirim. A não renovação do mandato deve lhe custar a presidência estadual do PP. Sua atuação nesse cargo pode ter lhe custado tempo precioso para se dedicar à campanha.

ANA MICHELE
No começo da campanha, a ex-secretária de Habitação era tida como uma das favoritas a ser campeã de votos e tinha o nome especulado para a mesa diretora da Cãmara na próxima Legislatura. Apesar da boa votação (1353 votos, mais do que 2 vereadores eleitos), foi derrotada pelo coeficiente eleitoral e pela reta final de campanha. Mas, tem chances reais de voltar a uma secretaria e tentar novos projetos políticos.

OUTROS  PERDEDORES
O Instituto Smart divulgou pesquisa na reta final da eleição em que Gilson Moura aparecia liderando com 40,9 contra 40,2 de Mauricio. Dias depois, computados os votos, viu-se que o erro havia sido de 15 pontos percentuais. Pegou mal para o instituto.
De forma geral, o PV, partido da prefeita de Natal Micarla de Sousa e do candidato Gilson, saiu chamuscado da eleição. O péssimo desempenho de Micarla em Natal “contaminou” o partido em Parnamirim. A sigla elegeu apenas um vereador, Clênio Santos, que entrou em rota de colisão com o partido e deve tentar sair do PV em 2013.
Surpresa na eleição de 2010, quando teve mais de  2 mil votos para deputado  federal pelo PSOL, Tocha entrou na campanha pelo PDT gerando expectativa, principalmente entre os jovens parnamirinenses. Contudo, o discurso não emplacou, faltou estrutura e ele contabilizou apenas 311 votos.

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