Eu cogitava escrever uma crônica sobre a perfídia, tema pulsante que originou obras do naipe de “Otelo”, mas o que li no blog Diário do Tempo, do jornalista Sérgio Vilar (www.sergiovilar.blogspot.com) nesta manhã de segunda mezzo ensolarada mezzo chuvosa me levou a desejar escrever algo sobre a mentira, tema ainda mais pulsante. Tomo a liberdade de reproduzir trecho de post de Sérgio, sobe o ENE-ELE, o já mítico Encontro Natalense que Escritores que agora é Lusófono e etc e tal. Eis o trecho:
“A despeito do que escrevi em minha coluna impressa no Diário de Natal e reproduzida mais abaixo, recebi agora um desmentido da jornalista Eliade Pimentel a respeito do lançamento do livro de Nathalie Câmara sobre Nísia Floresta, durante o Encontro Lusófono de Escritores. Então, das duas, uma: ou o presidente da Funcarte ainda não comunicou a intenção da publicação do livro à pesquisadora, ou mentiu”.
Ora, a reprodução é relevante posto que em edição de sábado dia 20 o presidente da Funcarte, Rodrigues Neto, procurado pela reportagem pela comentar a carta aberta da escritora Cláudia Magalhães à guisa de se defender das críticas dela, elencou um amontoado de mentiras, todas tão fáceis de se desmontar que em nova carta aberta Cláudia as rebate uma por uma. Cirurgicamente. Tarefa nada difícil, apesar da inteligência de Cláudia, afinal, a presidência da Funcarte se desconstrói por si só, vide o episódio já folclórico do “cagando e andando” e o estupro da história com o suposto encontro de Roosevelt e Vargas em natal para tratar da OTAN. Quanto à crônica sobre a mentira? Que nada! Deixemos a mentira vir à tona em doses homeopáticas para testemunharmos, em jornais e blogs, o mecanismo mental (!) de quem comanda (?) a política cultural natalense. E para quem coleciona promessas e a posterior quebra delas por parte da chefe e amida do presidente da Funcarte, senhora Micarla de Sousa, sabe que mentira na atual administração não só não tem perna curta como talvez seja pré-requisito para trabalhar.
Ah, e segue abaixo a resposta de Cláudia:
Resposta de Cláudia Magalhães à Funcarte
Resposta da dramaturga e atriz Cláudia Magalhães às declarações do presidente da Funcarte, Rodrigues Neto, ao Novo Jornal:
1- Rodrigues disse quanto ao ENE, atual ELE: “se houve negligência, a culpa foi da própria Cláudia Magalhães”. Ora, se eu era a coordenadora geral do evento, acredito que eu era a principal interessada em que o mesmo acontecesse e que fosse um sucesso. Ademais, como coordenadora, não tinha o poder para liberar dinheiro, fazer empenho ou poder político algum, quem os tinham ou têm são justamente, o presidente da FUNCARTE, Rodrigues Neto e a Prefeita, Micarla de Sousa.
2- Rodrigues Neto afirmou que “ao assumir a presidência do órgão, dei carta branca para Cláudia Magalhães seguir no projeto do ELE”. Se eu tivesse “carta branca” o ENE teria acontecido em novembro de 2009, não teriam nem tempo para mudar de letra!
3- “Rodrigues Neto confirmou o ELE para os dias 29, 30 de abril e 1 de maio no Teatro Alberto Maranhão”, contudo a classe artística não sabe disso e a divulgação fraca atesta a falta de comunicação entre a FUNCARTE e os artistas. Quais os nomes dos escritores locais já convidados? Serão mantidos os nomes já confirmados para o evento ou eles também serão negligenciados pela FUNCARTE? Houve algum conselho pra a escolha dos nomes? O conselho anterior (Carlos Fialho, Petit das Virgens, Margot Ferreira, Lívio Oliveira e Isabel Vieira) também foi negligenciado pela presidência da FUNCARTE?
4- Rodrigues diz que “Cláudia passou quase dois meses sem aparecer na capitania”. Ora, se foi assim por que não fui exonerada logo no primeiro mês de ausência? No fim das contas, eu pedi exoneração, assim como outros que não concordaram com a nova política da FUNCARTE. Mas a frase de Rodrigues é reveladora. Então ele aceitaria ou aceita na sua equipe pessoas que ficam dois meses sem aparecer? Interessante sabermos disso.
5- Rodrigues disse que tentou entrar em contato comigo. Ridículo. Meu e-mail e telefone estão na agenda do gabinete da FUNCARTE e na SEPLAN. Além disso, todo o mundo artístico cultural tem os meus contatos, inclusive o próprio presidente da FUNCARTE. Afinal, Rodrigues telefonou do número da presidência para o meu celular na noite de 16 de novembro de 2009 para pedir o telefone do meu marido, o jornalista Cefas carvalho. A conversa dos dois está registrada no blog de Cefas (www.cefascarvalhojornalista.blogspot.com) em postagem no dia 17 de novembro de 2009. Para completar eu e Rodrigues fazemos parte da comunidade social da internet, o orkut, também um excelente maio de comunicação. Como muitas pessoas da sua equipe pode testemunhar, passei tardes inteiras em seu gabinete na esperança de ser atendida.
6- Rodrigues disse: “Ela sequer enviou e-mails para os escritores” Fiz bem melhor que isso, telefonei para os escritores informando a mudança do nome e da data e a confirmação de seus nomes no novo evento. Ficou acertado em reunião que eu não passaria e-mails e sim telefonaria para os escritores. Nesta reunião, além de mim e de Rodrigues Neto, estavam presentes o então presidente da FUNCARTE e já demissionário, César Revoredo, o chefe do departamento de atividades culturais, Josenilton Tavares, e o então assessor de comunicação, Dionísio Outeda.
7- Com relação aos concursos Câmara Cascudo e Othoniel Menezes, Rodrigues disse que “os editais dos concursos estão prontos e no início de março vamos convocar uma coletiva para divulgar as datas dos editais”. Os editais já estavam prontos desde setembro de 2009 e deveriam ter sido lançados em outubro/novembro do mesmo ano para que em março de 2010, no Dia da Poesia, fossem divulgados os vencedores, como foi prometido pelo então presidente César Revoredo, e pela prefeita Micarla de Sousa. Coletiva para divulgar os editais? Ridículo. Não há nenhum mérito nisso, esses concursos já são realizados há mais de vinte anos e com grande sucesso! Aliás, os concursos poderiam ser viabilizados com uma pequena fração dos recursos gastos no duvidoso Natal em Natal.
8- Sobre a revista GINGA, Rodrigues Neto não deu previsão. “Só vou lançar, quando tiver dinheiro para pagar e mantê-la”. Bem, as palavras de Rodrigues Neto atestam quase tudo que eu escrevi na carta e revelam a triste realidade da política cultural natalense!
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