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Prefeitura de Tibau diminui verba da Câmara e é acusada de perseguição política

O último duodécimo da Câmara Municipal de Tibau chegou R$ 8 mil menor. A presidente Evaneide Fernandes, a Neínha, esperava receber R$ 34.569, o mesmo repasse que vinha sendo feito desde que assumiu a presidência em 2009, mas ao invés disso, na conta só entrou R$ 26.129. A redução não-anunciada deixou a vereadora em maus lençóis, a obrigando pagar a uns e outros não.
Neínha pagou aos vereadores, ao contador, advogado, fornecedores e serviços essenciais como água, luz e telefone, mas o dinheiro acabou na hora de pagar aos funcionários. Cinco servidores acabaram ficando sem salário, forçando a presidente a tomar medidas drásticas para que, no próximo repasse, os provimentos sejam regularizados. "No próximo dia 20, vou pagar os dois meses de salário aos funcionários", garantiu Neínha.
A vereadora acusa a atitude do prefeito Rafael Freire de perseguição política. "Não sei porque ele só decidiu fazer essa redução agora, e não no início do seu mandato", criticou. Segundo ela, a redução tem a ver com o repasse do INSS, que antes era feito direto pela Prefeitura. "Não estou dizendo que a medida está errada, mas o prefeito errou ao não nos comunicar que faria a redução", enfatizou, dizendo ainda que entrará com ação de improbidade administrativa por conta disso.
Para garantir os pagamentos dos funcionários e serviços, Neínha começou a cortar pela raiz. Dois servidores comissionados já foram demitidos e os salários do contador e advogado reduzidos. "Se for preciso, teremos de cortar parte dos salários dos vereadores", enfatiza, mesmo sabendo o tamanho da polêmica que isso pode gerar.
Neínha chegou a ser acusada de não ter pago aos vereadores na data certa. Mas essas informações foram desmentidas pelos próprios vereadores Alivan da Silva, Jucielson Rebouças e Milton José da Silva, o "Mirim", que afirmaram terem recebido os provimentos ainda no dia 20 de julho. A preocupação deles é que esse impasse entre Câmara e Prefeitura possa prejudicar o andamento dos serviços da Casa, ou que dificulte o pagamento do 10° salário.
O prefeito Rafael Freire explicou que os R$ 8 mil cortados do duodécimo da Câmara de Vereadores se referem ao repasse do INSS. Segundo ele, competia à presidência do Legislativo fazer o repasse do tributo, o que nunca fez. "Pedi a Neínha que fizesse a contabilidade de quanto a Câmara deveria repassar ao INSS. De posse do documento, fizemos o corte", explica.
Rafael nega que esteja havendo qualquer tipo de perseguição política e só decidiu fazer a redução no repasse para não ter problema com os órgãos de fiscalização. "Vamos entrar com ação contra a Câmara para que ela devolva o que foi repassado desde o começo de nossa gestão", enfatiza.
O prefeito disse ainda que não tinha obrigação de anunciar que faria o corte porque o repasse sempre foi uma obrigação da Câmara. "Para que a prefeitura informaria sobre uma obrigação que a Câmara já deveria saber?", questiona Rafael.

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