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Artistas mossoroenses farão amanhã, dia 20, sepultamento simbólico de Museu e de Teatro


Grupo de artistas independentes de Mossoró realizará protesto contra o que considera descaso do poder público com a cultura do município, amanhã, às 15h, com o enterro simbólico do Museu Municipal Lauro da Escóssia e do Teatro Estadual Lauro Monte Filho, no centro da cidade. A concentração começará às 15h, na praça em frente ao Museu.
Vestidos de preto, os manifestantes vão acender velas e depositar coroa fúnebre no Museu, num sepultamento simbólico para denunciar que o equipamento está "morto" há vários anos, já que está sem uso e fechado há mais de uma década. De lá, caminharão até o Teatro Lauro Monte, que também está desativado, há quatro anos, onde farão o mesmo.
Na praça Vigário Antônio Joaquim, em frente ao prédio, artistas vão ler um manifesto para denunciar a situação dos grupos culturais de Mossoró, que reclamam da falta de apoio e de participação em ações culturais. Participarão artistas de teatro, música, dança, escultura, artes plásticas, cinema, literatura e outras pessoas engajadas no movimento. O diretor do grupo teatral O Pessoal do Tarará, Dionízio de Apodi, explica que o protesto será um grito contra "a grande mentira que é a política cultural de Mossoró", e a primeira de uma série de mobilizações nesse sentido, que incluem atos públicos e apresentações culturais em espaços de arte ociosos em Mossoró, como o auditório da Estação das Artes.
"Participam dessa mobilização diversos grupos insatisfeitos com o atual modelo, em que a Prefeitura propaga e passa a imagem de que tudo está bem, mas isso não é verdade", diz o ator, explicando que o "sepultamento" do Museu denunciará o descaso do município e o "enterro" do teatro mostrará o pouco caso do Estado com a cultura de Mossoró.
Segundo Dionízio, o protesto de amanhã será uma marcha fúnebre, sonorizada com cornetas e bumbos, caminhando lentamente e em clima de luto. "Os dois equipamentos são símbolos de uma luta que tem várias causas e que não se resume a protestos, mas contempla também a valorização do nosso trabalho e dos artistas em geral", diz.
O artista acrescenta que a ocupação de espaços ociosos representará a luta por uma política cultural democrática e ações culturais decididas em conjunto com a categoria. "Com isso, estamos decretando, a partir de agora, que as ações também passem pelos artistas e que não sejam impostas de cima para baixo, como vem acontecendo", anuncia.

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