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Larissa Rosado: "A prefeita de Mossoró não começou a administrar"


A deputada Larissa Rosado (PSB) é a atual líder do governo Wilma de Faria na Assembléia Legislativa, e entre outras ações, criou a Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente. Larissa Rosado foi a primeira mulher a ocupar o cargo de 1º vice presidente da Assembleia Legislativa e de Secretaria da Agricultuta Pecuária e Pesca do RN. Larissa tem duas filhas e elegeu-se, em 2006, com 34.073 votos. Confira a entrevista que Larissa Rosado concedeu aos jornalistas Cefas Carvalho e Roberto Lucena para o Potiguar Notícias:

Cefas Carvalho: Como é ser líder do governo em um ano pré-eleitoral e nessas circunstâncias em que o candidato não foi oficialmente escolhido?
A liderança do governo foi encarada por mim como um grande desafio. Está sendo. Espero que a avaliação seja positiva por aqueles que me escolheram. Estou me esforçando bastante para fazer a defesa do governo na Assembléia Legislativa. Sempre com muito respeito aos que criticam. Nós temos que fazer tudo de uma maneira muito ética. Essa tem sido minha postura. Quando somos questionados pelos deputados da oposição, sobre algum fato que é colocado na Assembléia, nunca parto para a crítica pessoal. Nunca respondo tentando desqualificar o colega que fez a crítica. Que muitas vezes serve de sugestão também para o governo, tentando responder com dados concretos da atuação do governo Wilma.
Roberto Lucena: Uma das críticas recentes foi feita pelo deputado Getúlio Rego (DEM). Ele acusa o governo de distribuição de brindes para as pessoas que comparecerem a encontros com o vice-governador Iberê Ferreira. Essa informação é verdadeira?
O que acontece é que o governo está realizando as obras da adutora do Alto Oeste e custa em torno de R$ 130 milhões. Eu não acredito que Getúlio ou outro deputado fique contra essa obra. O que nós estamos assistindo na Assembléia, no momento, já é o início da campanha eleitoral. A empresa KL Engenharia foi contratada para fazer o projeto executivo, a consultoria e supervisão da adutora. Na questão da educação ambiental, que está colocada dentro do contrato do Banco Mundial com o Governo do Estado, exige que a empresa faça a sensibilização da população para a importância da adutora para a região Oeste. Temos aí dois fatos, duas estratégias adotadas pela KL Engenharia para atrair a população: uma é o concurso de redação, onde foi feito um edital e parceria com as secretarias de educação. O tema da redação é “A importância da adutora para a minha família”; a outra estratégia de distribuição de geladeiras foi adotada pela empresa para atrair a dona-de-casa, que é uma grande consumidora da água e administradora do lar. É uma estratégia exclusiva da empresa para atrair a população. Não existe nessas audiências públicas nada de escondido. Não existe roleta para selecionar quem vai entrar. É aberta, feita em praça pública. Todos têm acesso ao sorteio, que é estratégia da empresa. E não participa das audiências apenas técnicos da Semarh [Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos]. Pode participar o vice-governador Iberê, os vereadores das cidades, a população em geral. Essa é uma estratégia da empresa. Outras empresas, por exemplo, para atrair público contratam cantores. A KL fez diferente. Não vejo nenhum problema nisso. Nessas audiências temos a presença de pedagogos, profissionais que vão falar sobre a importância da obra e do uso racional da água.
CC: É difícil liderar o governo com a base tão dividida?
Nós temos que ver as coisas como elas são. É lógico que a política interfere na Assembléia Legislativa. Inclusive contamos agora com uma oposição mais assanhada para apontar erros do governo do Estado. Algumas situações precisam ser administradas. O que digo sempre é que eu não acredito que os deputados e deputadas da AL vão votar contra em determinada matéria para prejudicar a população. Nós temos o Orçamento para ser votado agora, por exemplo, e eu não acredito que se façam emendas que prejudiquem a população. Não considero que a base esteja dividida. Ainda não, já que ainda não houve uma divulgação do candidato. É uma situação que poderemos vir a enfrentar no início do próximo ano, quando voltarmos os trabalhos legislativos. Acho que essa situação não vai afetar a votação do Orçamento deste ano, projetos importantes como o Refis, entre outros. A divisão pode acontecer somente próximo ano.
RL: A senhora disputou a prefeitura de Mossoró em 2008 e não logrou êxito. Mas qual sua avaliação da administração de Fafá Rosado?
Acho que a administração de Mossoró tem pecado bastante no tratamento com a população e com os servidores públicos municipais. Nós assistimos, recentemente, em Mossoró, a primeira greve geral no município. Tenho 35 anos de idade e nunca tinha visto anteriormente se falar em greve geral em Mossoró. Hoje a prefeitura está fechando unidades de saúde, uma estratégia que vai contra o que a população quer. A população quer ter a saúde cada vez mais próxima e funcionando melhor. Acho que a prefeitura tem pecado bastante no tratamento com a população. Encaro isso como má gestão do município. Nós assistimos constantemente outras pessoas respondendo pelo município, a prefeita se mostrando frágil nesse processo. Ela precisa assumir a prefeitura de Mossoró, de fato, dar o comando ao município. Sinceramente torço para que ela faça uma boa administração porque a população é quem está sofrendo. A prefeitura tem cortado benefícios do município, dos servidores públicos municipais. Em todas as áreas existem reclamações. Nós não assistimos a prefeitura de Mossoró tendo uma agenda positiva, mostrando obras. Pelo contrário. Só reclamação, dizendo que está na crise, cancelando eventos culturais... Podiam cortar nos privilégios que o gabinete da prefeita tem, mas não, cortam em outras áreas que são importantes para o município.
RL: A senhora falou que Fafá precisa assumir o cargo de fato. Quem está administrando a cidade? Não é a prefeita?
Pelo o que nós percebemos e a população também, existem outras pessoas que, constantemente, assumem a palavra e vão para público e não é ela.

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