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Entrevista com o reitor do IFRN, Belchior Oliveira: “Nos municípios onde um campus do IFRN é instalado há uma mudança”


Reitor do IFRN - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte,o professor Belchior de Oliveira Rocha esteve na redação do Potiguar Notícias, onde conversou com os jornalistas José Pinto Júnior e Cefas Carvalho. Na ocasião, ele falou sobre a inauguração do Campus de Parnamirim, que funcionará a partir de março de 2011, e de aspectos gerais do instituto. Confira:.

Parnamirim, que é o terceiro município do Estado, não é contemplado com um campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Até que ponto o IFRN pode atender essa lacuna até então existente?
Acredito que com a chegada do IFRN aqui, em Parnamirim, essa lacuna deixada tanto pela Universidade Federal quanto pela Estadual passará a ser preenchida tanto na questão dos cursos técnicos como também dos superiores. Nossa proposta é iniciar com licenciatura aqui, em Parnamirim, mas futuramente também poderão existir cursos superiores de tecnologia, como na área de Engenharia. O Campus está apenas começando e a inauguração será no dia 27 de dezembro, no Palácio do Planalto (a entrevista foi feita na quinta-feira dia 23), e já estão confirmados os IFRNs de Nova Cruz e Parnamirim, juntamente com outras 29 Unidades de Ensino em todo o país. Com cursos técnicos subsequentes na área de Informática e de redes, nós iniciaremos; e à medida que forem chegando mais servidores, iremos aumentar as ofertas dos cursos.

A unidade Parnamirim começará, então, com quatro Cursos?
Na verdade, começará com dois cursos: um curso técnico em Informática e um em Redes, ambos subsequentes.

Como é feito o levantamento de pesquisa das necessidades em cada município, para a implantação de Instituto Federal?
Em cada cidade nós fazemos audiências públicas, para discutir com a sociedade e a comunidade local sobre os arranjos produtivos e suas necessidades. E em Parnamirim não foi diferente. Nós fizemos uma audiência pública no Colégio Augusto Severo, onde diversas pessoas da comunidade e mesmo de outros municípios participaram. Lá, foram definidos os focos tecnológicos para a Unidade de Parnamirim. Mecatrônica é uma das áreas que teremos aqui em Parnamirim, tanto na área técnica como no superior, dando suporte ao desenvolvimento tecnológico tanto para a questão das EPEs (Empresa de Pesquisa Energética) que serão instaladas aqui, em Macaíba, Parque Industrial, o próprio CIA aqui, de Parnamirim, e a própria Base Aérea de Parnamirim, que tem todo um desenvolvimento Tecnológico. Esse Curso de Mecatrônica vai dar suporte ao desenvolvimento local, nessa área de eletrônica, mecânica de precisão, aqui em Parnamirim. Em todos os Campus a serem implantados são feitas audiências e analisadas as prospecções junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, que aponta em que focos estão o desenvolvimento do Estado.

Em Parnamirim, alunos e educadores estão bem otimistas com a instalação da IFRN. Na sua opinião, isso pode ser um divisor de águas na educação em Parnamirim?
Acredito que sim, porque essa tem sido a realidade nos municípios que receberam Institutos Federais. Hoje, nós temos 12 campi em funcionamento, esses 6 novos que foram inaugurados há 1 ano (Apodi, Santa Cruz, Pau dos Ferros, Macau, João Câmara, Caicó). Onde chega um Campus do Instituto Federal, fica a marca na história da Educação daquele lugar. Percebemos o envolvimento e satisfação da comunidade com a chegada do Instituto e o brilho nos olhos dos alunos, que é o mais interessante, da satisfação de estar estudando numa instituição pública e de qualidade e gratuita, não somente na formação do Ensino Médio, mas na formação profissional e de Curso Superior também levando essa oportunidade para as pessoas, na região em que residem.

Há um impacto na economia e na geração de empregos, não? Existe um estudo sobre estes fatores?
A idéia da chegada do Instituto em cada cidade-pólo é exatamente fazer essa transformação social, fazer o desenvolvimento dos alunos produtivos, já percebemos isso em Ipanguaçu e Currais Novos, por exemplo. Em Currais Novos, nós temos o Curso Técnico de Alimentos, que trabalhado a melhoria das práticas das Queijeiras da região. Há também o plano de informática, onde ex-alunos já montam suas empresas para prestação de serviços na sua própria cidade, fixando o homem em seu local de origem. Não adianta formar o cidadão e exportá-lo do seu local de origem, desenvolvendo e transformando sua região.

No municipio de São Gonçalo do Amarante, já existe um prazo para a inauguração do campus do IFRN?
São Gonçalo não entrou nessa inauguração do dia 27, em Brasília. Vai ficar pro início do ano, em fevereiro ou março, pois as obras estão sendo concluídas, provavelmente começaremos as aulas em março, e vamos agora em janeiro fazer audiências públicas. Apontamos para a área de São Gonçalo tanto a área de Infra-Estrutura Aeroportuária em razão do grande Aeroporto que será implantado, o Parque Industrial de Extremoz e São Gonçalo, que tem ali toda aquela área industrial. Então, apontamos para a área de construção civil ainda na parte de infra-estrutura que dará suporte ao desenvolvimento daquela região.

O RN vive um boom na Construção Civil e não tem uma Escola que forme pessoas nessa área...
O Campus Natal Central do IFRN faz formação na área, mas realmente isso é insuficiente. Nós temos curso técnico na área de Edificações, que forma duas turmas durante o ano. Temos curso superior na Construção de Edifícios, mas toda essa saída de profissionais ainda é insuficiente para atender ao crescimento da construção civil do Estado.

Via de regra os construtores reclamam da falta de qualificação da mão-de-obra no RN, não é?
Faltam profissionais qualificados para atuar nessa área, não somente de nível técnico e superior, como também mão-de-obra qualificada de pedreiros, serventes, carpinteiros, armadores... Então, essas pessoas precisam dessa qualificação. Para isso, o Instituto possui cursos fixos de formação inicial e continuada de trabalhadores, onde esse pessoal pode realmente se qualificar.

Cada Campus se adapta às necessidades características de cada região e da população?
Exatamente. Nós definimos no nosso PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) de 5 anos (tempo para construção do Instituto), apontando focos tecnológicos para cada Campus do Instituto. Então, cada Campus tem cursos vocacionados para desenvolvimento regional onde está inserido. João Câmara possui cursos de cooperativismo em função da região do Mato Grande possuir muitos assentamentos rurais. Então, precisamos trabalhar com esses agricultores na organização das suas produções, para que tenham qualificação no produto e na comercialização do mesmo. Em Macau, estamos trabalhando recursos químicos e pesqueiros. Perto de Macau, na refinaria Clara Camarão, que demandará industria petroquímica, então já estamos formando técnicos em Química para trabalhar nessa região de Macau (águas-mães). Cada campus está vocacionado para o desenvolvimento dos arranjos produtivos locais.

3 comentários:

  1. O IFRN SE DETEM MUITO NOS CURSOS DE INFORMÁTICA E NA PARTE DE ELETO-MECÂNICA. O RN PRECISA DE CURSOS NA ÁREA DE GESTÃO. A EXEMPLO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE, O IDEAL SERIA COMER COM CURSOS DE SERVIÇOS COMO LOGISTICA DE SUPRIMENTOS, ADMINISTRAÇÃO, COMÉRCIO EXTERIOR, GESTAO FINANCEIRA, HAJA VISTA O AEROPORTO INTERNACIONAL DE CARGAS QUE LÁ TERÁ. GARANTO QUE O CURSO DE CONSTRUÇÃO CIVIL LÁ NAO TEM NADA HAVER.

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  2. CONCORDO... A ESCOLHA DOS CURSOS EM MUITAS VEZES NAO CONDIZ COM OS MUNICÍPIOS.PARNAMIRIM PRECISA TAMBÉM DE CURSOS NA ÁREA DE GESTÃO.MECATRÔNICA?? O PESSOAL DE PARNAMIRIM VAI TRABALHAR ONDE COM ESTE CURSOS? E INFORMÁTICA TEM EM TODO LUGAR, CADE A EMPREGABILIDADE DOS CURSOS? ACHO QUE DEVE SER REVISTOS ESTES CURSOS.

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  3. Para nós, leigos, pode parecer errôneas as decisões do IFRN em implantar determinados cursos em detrimento de outros. Mas eles são especialistas e obviamente não irão sair implantando cursos como quem planta feijão, de qualquer maneira. Existem critérios para isso, que muitas vezes não são compreendidos por alguns.

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