Cefas CarvalhoHá quem garanta que o sonho maior do deputado estadual Gilson Moura, do PV, atualmente é que o Congresso Nacional aprove a chamada “janela”, dispositivo na qual as mudanças partidárias seriam permitidas durante um determinado tempo sem perigo de o migrante perder o mandato. Se for verdade, o sonho é compreensível. Sem “clima” político no PV, pelo que consta no universo político potiguar, Gilson estaria desejando mudar de partido. Mas, estaria temendo que o Partido Verde entrasse na Justiça Eleitoral para manter o mandato para a sigla.
Analistas da cena política garantem que Gilson teria um destino certo, caso a janela se abra: o DEM, liderado pelo senador José Agripino. Motivos para isso não faltam: 1) Gilson tem afinidade com Agripino e com a governadora Rosalba Ciarlini; 2) O DEM precisa de quadros de peso; 3) Agripino tem a oferecer o que Gilson mais precisaria, caso saia do PV (e por extensão, da TV Ponta Negra): um programa de televisão (afinal, Agripino tem a TV Tropical).
Mas, se o arranjo beneficia Gilson e o DEM de Agripino, também o PV sai beneficiado. A líder maior da sigla do RN, prefeita de Natal Micarla de Sousa, se livraria de um aliado que vem incomodando a tempos e que vinha se tornando maior que ela própria e seu grupo familiar (tanto que Gilson foi reeleito deputado com tranqüilidade, e o marido de Micarla, Miguel Weber, foi derrotado).
A saída de Gilson do PV também ajudaria a rearrumar o tabuleiro político em Parnamirim.
Sem Gilson, o PV parnamirinense apoiaria explicita a integralmente o prefeito Maurício Marques. O partido tem dois vereadores na cidade, Clênio Santos e Siderley Bezerra. Sem Gilson, Maurício teria condições políticas de ter Clênio como líder do Governo da Câmara. Mais que isso: com Gilson fora do PV, o partido teria condições reais de dialogar com o prefeito.
QUEM PERDE?
Se a saída de Gilson do PV para o DEM agradaria ao próprio Gilson, a José Agripino, a Micarla, a Maurício Marques, ao PV parnamirinense, então quem sai perdendo com a mudança? De certa forma, o atual líder do DEM parnamirinense, ex-prefeito Raimundo Marciano, que teria seu espaço ameaçado com a chegada de Gilson, que tem mandato e capital eleitoral. Sem mandato, com poucos liderados e criticado pela única vereadora do partido, Kátia Carvalho, Marciano poderia rejeitar a idéia de Gilson no DEM.
Mas, por outro lado, com Gilson candidato a prefeito, Raimundo teria a chance de voltar ao poder municipal, após longa ausência.
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