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O drama hamletiano do PSB natalense: ser ou não ser aliado de Micarla?



Cefas Carvalho

Símbolo da cultura ocidental da indecisão, Hamlet é o protagonista da peça de mesmo nome escrita pelo gênio inglês William Shakespeare. Pois uma indecisão "hamletiana" vem marcando a política potiguar neste mês de janeiro. Trata-se da indecisão do PSB, partido da governadora Wilma de Faria, em apoiar ou não a prefeita de Natal Micarla de Sousa.
O ser ou não ser (situação) do partido é compreensível. Por um lado, PSB e PV caminharam em lados opostos na campanha municipal natalense, com os pesebistas ao lado da derrotada Fátima Bezerra (PT). Porém, é preciso lembrar que o PV fazia (faz?) parte da base aliada de Wilma. Afinidades entre os partidos existem. Diferenças, também.
Vale a pena registrar que Wilma e Micarla vem se encontrando em eventos políticos e se elogiando mutuamente em entrevistas. Mas, rachado no município desde o período de pré-campanha, quando foi palco de disputa interna para ver quem seria apoiado pelo partido para disputar a eleição municipal para prefeito, ficou dividido na campanha. Uma parte pessebista apoiou o projeto da governadora Wilma de Faria, líder maior dos socialistas, para eleger a deputada federal Fátima Bezerra (PT) e outra migrou para o apoio silencioso a Micarla que terminou por vencer a eleição ainda no primeiro turno.
A direção do PSB de Natal continuou apática durante o processo de escolha do presidente da Câmara Municipal de Natal, mesmo considerando que um dos candidatos era o vereador pessebista Dickson Nasser, que acabou vencendo a eleição com o apoio de Micarla, adversária oficial do partido na eleição de outubro de 2008. Wilma negou apoio a Dickson porque ele silenciosamente e por orientação do deputado Rogério Marinho (PSB), rompido com a governadora, trabalhou duramente pela eleição de Micarla nos seus redutos eleitorais. Quer sair do PSB, mas, por ora, continua no partido. E apoiando Micarla.
RACHADURA
O silêncio do PSB provocou uma divisão entre os vereadores da legenda que apoiaram francamente a candidatura de Fátima Bezerra, como Júlia Arruda, Júlio Protásio e Franklin Capistrano, que até agora não se mantêm como de oposição aguardando a orientação do partido, que parece não vir.
Os vereadores estão tomando posições independentes, tanto que, em vez de um dos três nomes de vereadores eleitos pelo Partido Verde (PV), Paulo Wagner, Aquino Neto e Edivan Martins, Micarla terminou por escolher um nome do PSB para ser o líder da sua bancada de sustentação na Câmara Municipal de Natal: Enildo Alves, que também é secretário geral do PSB de Natal.
A reportagem do PN tentou ouvir lideranças do PSB como os deputados estaduais Márcia Maia e Cláudio Porpino, mas sem êxito. Resta saber como vai terminar o "ser ou não ser" de Wilma e companhia. Que se abram as cortinas.

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