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PV no poder? Que nada, o poder é do PTV – Partido da TV Ponta Negra




Cefas Carvalho

Neste espaço e na coluna que escrevo no jornal Potiguar Notícias, vaticinei no início do ano a formação de um grupo político (ou melhor, grupo de poder) que não era o do PV, como apontavam, mas da TV. Mais exatamente, da TV Ponta Negra.

O passar dos meses, mais que mostrar o evidente deslumbramento e despreparo da senhora prefeita Micarla de Sousa para administrar a capital potiguar, mostra que a cidade e a Grande Natal (e o RN por extensão) estão sob o poder não de um partido ou de um grupo político, como seria até natural, mas de um grupo de comunicação. Familiar e fechado, diga-se de passagem.

Dúvidas sobre isso? Vamos aos fatos, que eliminam qualquer retórica contrária: a prefeita dona de uma emissora de TV chega ao poder, após ter sido eleita deputada graças à força popular desta mesma emissora, e, de cara, nomeia uma irmã, também acionista da TV, para uma secretaria. Para a Câmara Municipal, apoiou o vereador mais votado, Paulo Wagner, que é apresentador da TV da qual ela é dona. Ah, lembremos que dois anos antes, Micarla havia emprestado seu apoio a mais um funcionário/apresentador da sua TV, Gilson Moura, que, eleito deputado, tentou tornar-se prefeito de Parnamirim, sem resultados, embora com expressiva votação. Na Fundação Capitania das Artes, saindo o artista plástico César Revoredo (amigo da família Sousa), ela coloca na presidência o jornalista Rodrigues Neto, ufa, também funcionário da onipresente TV Ponta Negra. Em um importante cargo na mesma Funcarte, outro funcionário da emissora: Edson Soares, que, por sinal, vai escrever o Auto de Natal da Prefeitura deste ano. Espere aí, um cineasta/funcionário da TV Ponta e com cargo comissionado na Funcarte vai escrever o auto de Natal em vez de um escritor consagrado e não vinculado à administração municipal?

Tem mais? Certamente: tudo indica que a prefeita vai apoiar candidatura a uma vaga na Assembléia da irmã-secretária Rosy de Sousa ou a do marido Miguel Weber, também apresentador da TV familiar. Existem mais casos de promiscuidade empresarial-familiar-política? Com certeza, mas, a listagem dos casos e nomes ficará para outra ocasião. A julgar pelas ações desta turma, não faltarão ocasiões para que as verdades sejam reveladas.

3 comentários:

  1. Meu caro,
    recomendei, no Balaio, a leitura de seu artigo,
    que me pareceu exemplarmente informativo.

    Um abraço.

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  2. Valeu a visita e a recomendação, amigo Moacy! Abraço e sucesso no Balaio vermelho!

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  3. fala Cefas, rapá nem te conto: hoje pela manhã (terça) me ligaram do Alecrim (próximo ao Neves) informando que estavam derrubando três árvores imensas por lá sem motivo aparente. A moradora chegou para saber qual era o motivo do desmatamento e, claro, só disseram que estava autorizado.

    Essa mesma moradora resolveu acionar a imprensa, chegou a ligar pras redações e ouviu a seguinte pérola no QG da TVPN: "não podemos fazer matérias negativas sobre a Prefeitura." Tudo bem que já sabíamos do fato, mas verbalizar assim, descaradamente, são outros 500s.

    É mole ou quer mais!?!

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