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Presidente da Fundação de Cultura diz que existe vontade política para a área cultural em Parnamirim



Confira abaixo entrevista que este blogueiro e o jornalista Roberto Lucena fizeram para a série "No alpendre do PN" com a presidente da Fundação Parnamirim de Cultura, educadora Vandilma Oliveira:

Cefas Carvalho: Parnamirim agora vai, enfim, ganhar um teatro?

Com certeza! Já temos um projeto em andamento. Estivemos, eu e o secretário de Obras, Naur Ferreira, em Brasília, no Ministério da Cultura, entregando este projeto (mostra o projeto e a planta do teatro). Na verdade, foi uma conversa preliminar, principalmente da minha parte, que precisava organizar a infra-estrutura para os equipamentos culturais.
Roberto Lucena: O projeto prevê mais do que um simples teatro, não?
Na verdade, será um complexo que vai aglutinar não apenas o teatro, aliás, o cine-teatro, mas um Centro de Convivência Cultural, que prevê a construção posteriormente de uma Biblioteca Pública Municipal. Mas, neste momento, o Cine-teatro com sala para multiuso, já está garantida, graças à parceria entre o Ministério da Cultura e a Prefeitura de Parnamirim, com verbas das emendas feitas pela deputada federal Fátima Bezerra e pelo senador Garibaldi Filho.
Roberto Lucena: E quanto aos esforços da Fundação e particularmente seus esforços pessoais, como as coisas aconteceram?
A mim, coube a idéia organizacional, pois a Fundação Parnamirim de Cultura vai se apropriar do espaço até no momento da construção. Assim que começarem as obras vamos iniciar um trabalho cultural. O Ministério da Cultura trabalha com o Canteiro Cultural, incentivando já no canteiro de obras a criação de um espaço de mobilização e capacitação de artistas e um contato com os artistas e com a comunidade, principalmente na Cohabinal, pois é o bairro onde o teatro será localizado. Isso para que os artistas se sintam parte integrante da construção, não administrando, mas fazendo um comitê gestor, sugerindo, dando idéias...
Cefas Carvalho: O teatro será mesmo em toda a área do antigo ginásio no Parque Aluízio Alves, não?
Será onde era o ginásio (mostra a planta da obra). O teatro terá capacidade para 500 pessoas, terá seis miniauditórios, camarins, banheiros modernos, salas de oficinas, mezanino. Perguntam se terá cinema. Será um cine-teatro, terá estrutura adaptada para cinema, sim, mas não para exibir cinema comercial, é bom que se diga, mas, filmes da programação cultural do Ministério da Cultura. Filmes nacionais e que falem sobre a cultura nordestina
Cefas Carvalho: A Fundação já se inscreveu, aproveitando as idas e vindas ao Ministério da Cultura, em programas e projetos culturais?
Entramos no programa Mais Cultura, do Ministério, quero até registrar o ótimo trabalho da coordenadora do programa, Mônica Monteiro. Coube a Fundação a proposta de entrada neste programa, de realizá-lo no espaço. Aliás, sobre o espaço, quero registrar que o entorno vai compreender não apenas o teatro e a posterior Biblioteca Municipal, mas o Planetário. Na verdade, todas as atividades culturais realizadas em Parnamirim serão absorvidas de alguma forma.
Cefas Carvalho: É difícil trabalhar a cultura em uma cidade recente e sem uma identidade cultural definida?
O que temos é a sensação de que cada um que mora em Parnamirim traz algo de seu município natal em si, principalmente os que vêm do interior. Parnamirim se torna uma cidade singular com esta miscigenação cultural. Não diria que é difícil trabalhar a cultura neste aspecto, pois vejo que a mistura de identidades culturais diferentes tenha engrandecido a cidade. Não deixa de ser um complicador o fato de tantas pessoas terem ideologias, culturas tão diferentes, mas nada que não possa ser trabalhado. Quando assumi a Fundação em 2005, era mais difícil se trabalhar, pela própria inexperiência que eu tinha em cultura, era minha primeira experiência em cultura, eu era educadora, embora educação tenha muito a ver com cultura.
Roberto Lucena: Qual a maior dificuldade em se trabalhar a cultura em Parnamirim?
A maior dificuldade em trabalhar com cultura em Parnamirim não é a diferença de identidades culturais, mas fazer com que muitas pessoas compreendam que cultura é importante, é uma ferramenta indispensável e fundamental para o crescimento e desenvolvimento do município. Muitas pessoas ainda não compreendem isso.
Cefas Carvalho: Falta sensibilidade cultural a algumas pessoas, não?...
Quando digo que a cultura em alguns anos acaba sendo relegada a segundo plano, não é novidade para ninguém. Afirmo que hoje a cultura em Parnamirim vislumbra um futuro de glória, de grandes perspectivas, de um prefeito que está com muita garra, muita força de vontade. Mais ainda: o prefeito prometeu em campanha, na rua, em praça pública criação do Conselho Municipal de Cultura, a criação de uma lei de renúncia fiscal para a cultura, o teatro, um calendário cultural e o Fundo Municipal de Cultura. Vejamos que o teatro já está encaminhado e outras propostas o prefeito já enviou para a Câmara Municipal.
Roberto Lucena: Qual a avaliação que a senhora faz da atuação da Fundação de Cultura neste ano de 2009?
O calendário cultural de Parnamirim teve muita programação, além das atividades do dia a dia. Neste ano de 2009, realizamos o carnaval em Pirangi, a paixão de Cristo, tivemos a criação de oficinas de uma escola de teatro e a efetivação de uma escola de balé, que já funciona no Núcleo de belas artes. Temos também o Concerto para Todos. E acredito que ficou no calendário de forma intensa e participação ativa que tivemos na Festa da padroeira, com a opereta Oratório de Nossa Senhora de Fátima e a primeira Semana de Cultura de Parnamirim, que teve ampla participação popular e de tanto sucesso que obteve rende elogios para a Fundação até hoje.
Cefas Carvalho: A administração Maurício Marques investe em cultura?
Sim. Diria que há uma vontade política de fazer cultura no município de Parnamirim. Prova maior disso é o compromisso do prefeito de estar fazendo valer suas propostas e promessas enquanto candidato.
Roberto Lucena: Quais são os prazos para a construção e inauguração do Centro de Convivência do Teatro?
O Centro de Convivência foi iniciado ainda na gestão anterior e foi paralisado. Como eu disse, lá terá salas de oficinas, de música, de teatro. Será um espaço também para a população ter exposições de arte, lançamentos de livros. Será um espaço eu diria multicultural que o município terá agora naquele entorno. As obras estavam paralisadas e iniciará no início do próximo ano, mas a prioridade é a construção do cineteatro. A Secretaria de Obras já está fazendo o trâmite legal no que concerne a licitação, de aprovação de algumas mudanças que possam ter, dependendo do que o ministério da cultura vai solicitar, mas o secretário Naur já deu início ao processo de construção. E com relação à força de vontade política, eu respondo há sim essa força, porque a Fundação de Cultura tem hoje quatro prédios de atendimento principalmente a crianças e adolescentes do município com aulas de balé, teatro, dança contemporânea e educação musical, com a participação de 2 mil crianças. E hoje eu digo que a procura é tão grande que, por mais que tenhamos espaço e pessoas, ainda não estamos atendendo à toda população, porque não dispomos de vagas para todos.

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