Cefas Carvalho e Roberto LucenaMaria Lúcia Costa Thiago, ou simplesmente Lucinha, como é mais conhecida, foi eleita vereadora de Parnamirim, no dia 5 de outubro de 2008, com 1.980 votos. Pela primeira vez ocupando uma das cadeiras da Câmara Municipal, Lucinha estreou no Poder Legislativo sendo eleita vice-presidente da Casa. Semana passada, a vereadora conversou com os jornalistas Cefas Carvalho e Roberto Lucena para o espaço “No Alpendre do PN”. Confira:
Cefas Carvalho: Qual a avaliação que a senhora faz do seu primeiro ano como vereadora e do ano legislativo como um todo?Eu avaliei como positivo. A gente tem algumas expectativas e metas lançadas no começo do ano e tentamos fazer todo o possível para alcançá-las. Se algumas coisas não aconteceram, não faltaram esforços, mas a gente busca resolver. Por isso eu julgo que foi positivo. No geral também, em relação aos colegas, a convivência na Casa, ao aprendizado, ao trabalho que pra mim foi uma novidade e pra mim foi tudo positivo.
Roberto Lucena: Antes da Câmara a senhora trabalhava na Prefeitura, não é isso?Na verdade eu sou funcionária concursada. Fiz a prova em 2003, passei nas vagas de 2º grau, pois não havia cargos para minha área; fui lotada na Secretaria de Saúde e fui destinada para a unidade de saúde do meu bairro: Nova Parnamirim, onde moro há dez anos. Depois, a convite do ex-prefeito Agnelo Alves, assumi a Coordenação Regional de Nova Parnamirim.
RL: E como surgiu o convite para ingressar na política e sair candidata?Tinha uma obra em Nova Parnamirim que era para solucionar um grande problema na Rua Mahatma Gandhi e eu já era a coordenadora de Nova Parnamirim. A obra foi bastante comentada, visitada, era caminho do ex-prefeito, de vários secretários e do atual prefeito da cidade. Nesses encontros, começaram os comentários e eu sempre levei em tom de brincadeira, pois nunca sonhei e nem projetei a questão de um mandato eletivo. Foi a partir dessa obra que fui fazendo mais amizades com o secretariado e, com o tempo, houve o convite.
CC: Qual a avaliação que a senhora faz desse primeiro ano de mandato do prefeito Maurício em um período de crise econômica mundial?Isso tem sido um dos principais pontos dos discursos dele, as dificuldades financeiras enfrentadas. A própria Governadora Wilma, em uma inauguração, falou que é um grande desafio suceder Agnelo Alves. Eu acredito que o primeiro ano de Maurício foi bastante positivo, pois teve a grande vantagem de participar do governo anterior e conhecer muitas coisas que já fazem ganhar tempo. E acho que daqui pra frente só tem a avançar.
RL: Há boatos no meio político de que essa aproximação entre Maurício e o ex-prefeito não está tão boa assim. A senhora acha que essas relações ainda continuarão amigáveis?Eu, particularmente, estou levando isso como boatos. Eu descarto essa possibilidade, mesmo porque Maurício, em conversas recentes, sempre toca no assunto e reforça o elo dele com Agnelo Alves. Eu acho que é só boato mesmo. Ele sempre comenta comigo que ingratidão é algo que ele não concebe, que as pessoas ficam fazendo intrigas e ele não aceita, que ele prima sempre pelo relacionamento entre os dois.
CC: A senhora percebe, na Câmara, que a bancada governista está coesa, está unida? Porque de fora parece existir uma bancada Mauricista e uma outra Agnelista. Como funciona?É mesmo? Tem gente que diz que Maurício ficou com a herança de Agnelo. Eu vejo da seguinte forma: foi uma herança muito disputada, tinha muita gente querendo essa herança, a briga começou internamente entre os secretários até ser Maurício o escolhido. E tem gente até hoje brigando por essa herança. Então, eu vejo que não é Agnelista nem Mauricista, porque na minha concepção tem que ser os dois juntos. Porque os dois trabalham juntos há quatro anos, sem contar que o prefeito Maurício já foi secretário de muitas pastas anteriormente. As pessoas têm que ver isso: ele não herdou, ele participou junto com Agnelo. E se Maurício foi herdeiro, acredito que Parnamirim é co-herdeira também.
RL: E o que esperar de Agnelo para as eleições deste ano? Sai a deputado estadual?Ele mesmo disse que não era provável, mas que também não era impossível. Ele deixou uma margem pra gente ter uma esperança que ele poderá vir a ser candidato. Existe a possibilidade grande dele ser candidato e o que venho lendo por aí é que há uma forte tendência dele sair como deputado estadual, o que seria muito bom para Parnamirim. Ele tem ressaltado também algo bastante interessante: que não quer ficar com o rótulo de quem fez coisas boas. Isso é passado. Ele, sendo candidato, gostaria de ter o apoio das pessoas sobre o que ele fará.
CC: A gente presenciaria uma batalha entre Agnelo Alves e Gilson Moura?Eu acho que Gilson Moura está em uma situação bem difícil agora. Mesmo porque já foi provado essa questão com Agnelo na campanha anterior. Então, não deu certo uma vez, eu acho muito difícil dar agora.
CC: A senhora acha, então, que Agnelo "deselege" Gilson Moura?Eu não diria deseleger porque ele tem apoios em outros municípios. Mas hoje a gente vê que amigos mais próximos de Gilson Moura, do próprio PV, querem sair candidato ao mesmo cargo dele. Isso eu li. Então, realmente os riscos existem.
CC: Qual a opinião da senhora sobre Parnamirim poder ter 21 vereadores na próxima legislatura? Isso vai melhorar porque dá mais representatividade ou pode piorar com a chance da criação de uma bolha de vereadores?Como a tendência de Parnamirim é continuar crescendo, a gente sabe que o progresso é grande e pode atrair mais gente. Então, eu acho que é interessante mudar, sim. Mesmo porque eu tenho ouvido nesse primeiro ano de mandato que algumas pessoas reclamam da ausência de alguns vereadores e isso traria uma renovação que traz a motivação dos novos e o incômodo que causa nos mais antigos. Se é o número ideal, não sei se a fórmula ainda está justa. Mas eu sei que é injusto uma cidade com 10 mil habitantes ter nove vereadores e Parnamirim com 200 mil, com doze.
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