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Garibaldi e Henrique querem alianças opostas para 2010 e deixam PMDB na berlinda



Cefas Carvalho

Se o PMDB é nacionalmente visto como um partido sem perfil e sem cara própria, que pode pender para qualquer lado e, por muitas vezes, se entrega ao exercício do fisiologismo político, no Rio Grande do Norte a sigla vem confirmando sua vocação "hamletiana".
Tudo por obra e graça dos dois maiores expoentes do partido. Afinal, está ficando difícil esconder o óbvio: o senador Garibaldi Alves Filho quer retomar a aliança com o DEM, do também senador José Agripino Maia. Já o deputado federal Henrique Eduardo Alves, sonha com aliança com o Governo Lula e estadualmente com o Governo Wilma de Faria.
Nesta tensão, acabou que Garibaldi admitiu à imprensa mossoroense que o PMDB não terá candidato ao Governo em 2010. Embora setores do partido (como o deputado estadual José Dias, sempre veemente e coerente) defendam com unhas e dentes que o peemedebismo lance candidato próprio no ano que vem.
Em entrevista ao jornalista Carlos Skarlack, Garibaldi disse o seguinte: "De fato, o PMDB terá sua posição, mas ela, discutimos isso ontem, só será anunciada no início do próximo ano. Nós não temos até o momento, e acredito que não teremos candidatos a cabeça de chapa. Candidato a governador só haverá a candidatura majoritária ao Senado - a minha candidatura. Vamos esperar a posição do diretório nacional".
Enquanto isso, Henrique parece em "lua-de-mel" com os Governos Lula e Wilma. Aproveita, merecidamente, diga-se de passagem, do trânsito que conquistou tanto no Congresso como, atualmente, no Governo Federal. E sabe que só teria a ganhar em um eventual Governo Dilma Roussef. E que pode não ganhar jogando o PMDB nos braços de Agripino-Rosalba Ciarlini.
Resta acompanhar o dilema do PMDB e assistir a queda de braço discreta e subliminar entre os primos Garibaldi e Henrique no que pode decidir os rumos do partido.

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