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Os “pobres” e mimados Adriano e Wagner Love



Cefas Carvalho

Muito já se falou sobre o caso dos jogadores do Flamengo Adriano e Wagner Love. O primeiro, faltou a treinos e a um jogo importante do time após uma briga com a noiva na porta de uma boate. O segundo freqüenta bailes funk ao lado de traficantes armados. Amigos, conhecidos e cronistas do eixo Rio-São Paulo usam de argumentos velhos para defendê-los, ou, ao menos, explicar a situação: eles nasceram e se criaram na favela, não são hipócritas, todo mundo tem seus problemas e arma seus barracos etc.
Argumentos válidos. Porém, pensemos em que profissão é tão fácil ser desculpado e ter a mídia passando a mão em sua cabeça? Imaginemos recepcionistas, enfermeiras(os), motoristas de ônibus que briguem feio com o parceiro e faltem ao trabalho dias seguidos? Haverá compreensão ou suspensão e possível demissão por justa causa? Imaginemos um advogado que falta a um julgamento importante porque a noiva quebrou seu carro dias antes? E quem levaria a sério um ator ou atriz falando sobre o Criança Esperança ou vendendo Havaianas depois de ser visto aos abraços com traficantes procurados pela lei?
Ora, jogador de futebol - principalmente se for craque – pode tudo? As leis civis, as leis de mercado, a cobrança social não vale para ele? Nas demais profissões e trabalhos não existem pessoas que saíram da favela, da pobreza e hoje respeitam a sociedade ou ao menos a máquina que lhes permite ganhar salários (no caso dos jogadores, altíssimos salários).
Não, a desculpa de que vieram de origem humilde não me convence, obrigado. Cafu, Gilberto Silva, Luis Fabiano, Riquelme, Tevez, Drogba, nasceram em bairros humildes, passaram necessidade e hoje respeitam seus times, sua torcida e suas carreiras. Há muito Adriano e Love ganham dinheiro e prestigio, moraram na Europa e conhecem o lado bom da vida. Passar a mão na cabeça de marmanjo? Que as mães deles o façam. Este escrevinhador, não!

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