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Elias Fernandes: “A expectativa é que o DNOCS deverá ter melhorias no Governo Dilma”


Diretor do DNOCS, ex-deputado estadual e um dos homens fortes do PMDB potiguar, Elias Fernandes esteve na redação do Potiguar Notícias, onde concedeu entrevista para os jornalistas José Pinto Junior e Cefas Carvalho para sessão “No alpendre do PN”. Direto nas respostas e com conteúdo técnico sobre o que administra, Elias falou sobre chuvas, DNOCS, PMDB e política. Confira:

José Pinto Júnior: Quais são as medidas tomadas pelo RN, no que diz respeito aos possíveis transbordamentos de açudes?
Houve grande concentração das chuvas num período curto. Em Jucurutu, choveu 176 mm em menos de 12 horas. Foi algo atípico que não tinha acontecido ainda, desde a construção da barragem há 35 anos, não se tem registros de chuvas tão intensas. A barragem Armando Ribeiro Gonçalves já está com 70% devido os últimos invernos, em 2008 e 2009, que foram bons anos onde o açude sangrou bastante, e no ano passado, como o reservatório estava cheio, surtiu menos conseqüências. Dessa forma, entramos 2011 com o reservatório acima do nível com mais de 50%. Por isso, alguns já sangraram.

José Pinto Júnior: O DNOCS faz manutenção desses locais durante o período de seca?
Existe uma distribuição feita por parte da Secretária de Recursos Hídricos, e o DNOCS é uma das instituições mais antigas atuantes no RN, que inclusive completou 100 anos neste ano. E ao longo desse tempo construiu barragens de médio e grande porte, totalizando 307. Até hoje nenhuma delas sofreu rompimento, a não ser de um caso ocorrido no Piauí, contudo construída pelo Governo do Estado. O DNOCS tem experiência e nós somos responsáveis pela manutenção das mesmas. Já as barragens abaixo de médio porte são de responsabilidade do Governo do Estado, já que nós não temos capilaridade de manter todas.

José Pinto Júnior: As menores ficam com as prefeituras e as de médio porte ficam com o Governo do Estado...
Exatamente. Em Santa Cruz e em Tangará, uma barragem particular se rompeu e jogou no açude. Mesmo não sendo responsabilidade direta do DNOCS nós mandamos um técnico para avaliar a situação juntamente com a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, para fazer uma trabalho de recuperação na barragem. Ela poderia ter causado inundação através do Rio Trairi em diversas cidades circuncidadas. Essa última tromba d’água destruiu parte das paredes da barragem.

Cefas Carvalho: O que mudou no DNOCS com a sua chegada?
O DNOCS estava em processo de decadência. Houve uma tentativa de extinção da instituição no Governo FHC, mas a bancada do nordeste reagiu e conseguimos vetar esse movimento. No segundo semestre de 2007 não existia nenhuma obra de grande porte sendo construída. Existiam convênios com Prefeituras, e açudes pequenos custando em média R$ 300 mil. Mas nós tivemos a sorte do lançamento do PAC, onde as principais obras hídricas do RN ficaram sob responsabilidade do DNOCS. No início foram obras. Ao longo de dois anos e meio, nós adquirimos mais três obras.
Hoje no PAC já existem duas obras (a Barragem de Oiticica é uma delas). Estamos aguardando audiência com a presidenta para tentar incluir tais obras no PAC, sendo dois perímetros e um açude de grande porte, representando mais de R$ 600 milhões, fechamos mais ou menos R$ 35 milhões em convênios com prefeituras do Rio Grande do Sul dos municípios. Para pontes, pequenos açudes, barreiros onde algumas estão assinadas, muitas já foram concluídas ou estão em fase de finalização.

Cefas Carvalho: Qual a expectativa do DNOCS com relação à gestão de Dilma?
Em relação ao PAC, eu como diretor do órgão, tinha reuniões mensais com a então ministra Dilma, que conhece muito bem o PAC. No Brasil todo são muitas obras que ela coordenava muito bem, e ela trouxe Miriam Belchior para ficar à frente do Ministério do Planejamento, que era sua assessora, e hoje é também coordenadora do PAC. Não sofreremos com essa mudança e sim melhorias.

José Pinto Júnior: Seu filho foi eleito deputado estadual. É verdade que Gustavo pode ser candidato a prefeito de Pau dos Ferros em 2012?
Nossa família tem atuação política com foco na região do Alto Oeste. Somam 17 mandatos na família. É natural que ele seja chamado para ter participação mais atuante no Estado. Mas na minha avaliação ele também tem compromissos com outros municípios onde foi bem votado, como Ceará-mirim, João Câmara, Alto do Rodrigues. Então, ele não pode com 2 anos de mandato abandonar essa região, tendo compromisso ainda. Seria melhor que ele apoiasse algum candidato.

José Pinto Júnior: Marcílio Dantas será candidato a prefeito em Ceará-Mirim?
Marcílio ultrapassou os 3 mil votos como segundo deputado mais votado de Ceará-Mirim, graças ao trabalho de Maurício e empenho de Gustavo.
Cefas Carvalho: O senhor defende que o PMDB tenha candidaturas próprias, como a do deputado Walter Alves?
Sim, claro, como outros nomes que poderão disputar as eleições pelo PMDB.

José Pinto Júnior: O PMDB tem apoiado empreitadas majoritárias do que se colocar como alternativa do Governo do Estado?
O PMDB é parte integrante e tem espaço no Governo, mas a busca desse espaço é muito importante e Henrique está buscando. Na área da saúde existem 1.200 cargos, onde 2 são do PMDB. Agora no atual governo, o ministro do Turismo é do PMDB. Seria natural que o secretário fosse do PMDB, mas é do PT. No ministério de Garibaldi, o secretário foi mantido. Henrique teve votação aclamada por defender seu partido.

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