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Interferência política prejudica pacientes do Hospital Regional de São José do Mipibu


Interferência política prejudica pacientes do Hospital Regional de São José do Mipibu

A governadora Wilma de Faria contrariou promessa feita há mais de um ano, quando garantiu que a direção do Hospital Regional Monsenhor Barros, de São José do Mipibu, seria escolhida pelo critério eminentemente técnico – naquela época Wilma garantiu isso a prefeita Norma Ferreira e ao adversário político de Norma, deputado Arlindo Dantas -, trocando toda a diretoria do hospital por pessoas indicadas pelo deputado Arlindo Dantas.
“O ato da governadora, que trocou toda a diretoria administrativa e clínica do hospital, de forma repentina, causou revolta aos funcionários e usuários. Os nomes dos atuais diretores foram todos indicados pelo deputado estadual Arlindo Dantas, ex-prefeito do município e principal opositor da prefeita Norma Ferreira”, disse João Maria Freire, secretário de Comunicação e chefe de Gabinete da prefeita Norma Ferreira.
De acordo com o secretário de Comunicação, a troca foi feita sem nenhum aviso. “Foi com surpresa que os funcionários da unidade viram chegar a pouco mais de uma semana os correligionários do deputado no hospital com portarias de nomeação para os cargos de direção”, informou. “Para o cargo administrativo foi nomeado um filho da ex-tesoureira de Arlindo, Sônia Pastel, que, na verdade, é quem dá as cartas na unidade”, revelou. “O nome do filho figura na portaria porque Sônia recebe uma pensão vitalícia e não pode ser nomeada para cargo público, sob pena de perder a gorda pensão”, destacou João Maria.

Cirurgias canceladas
Além das medidas já citadas, que vêm causando revolta no hospital, o cancelamento de cirurgias de pessoas pobres tem sido um outro reflexo da nova gestão. As cirurgias marcadas por médicos que foram dispensados tão logo a nova administração tomou posse estão sendo suspensas sem qualquer aviso prévio. Um exemplo é o da domestica Ezeneide Rocha da Silva, 44 anos. Residente na comunidade de Lagoa do Mato, em Monte Alegre. Ela teve a cirurgia suspensa por duas vezes. O procedimento havia sido marcado para a segunda-feira passada, dia 6. Quando ela chegou, com tudo pronto, inclusive sacola com pertences de higiene pessoal, foi avisada que a cirurgia havia sido remarcada. “Quando cheguei na quarta, com minha irmã me acompanhando, soube que estava suspensa à cirurgia. Sai de casa sem tomar café e fiquei na rua sem ter como voltar para casa, pois a ambulância só voltaria para me pegar no outro dia”, conta ela, ao lado da sua irmã Zuleide Etelvino Rocha, 45 anos.

Diretor clínico
Já para o cargo de diretor clínico foi nomeado o médico e ex-vereador Ronaldo de Araújo Dantas que até bem pouco tempo era aliado da prefeita e rompeu no início da primeira gestão, passando a integrar o quadro dos aliados de Arlindo Dantas.. Logo ao tomar posse, no mesmo dia, a nova direção determinou o retorno de todos os médicos que estavam à disposição da Maternidade Jessé Freire, que assumiu a área de obstetrícia, antes lotada no hospital. Sob a forma de convênio firmado entre a maternidade, que existe há décadas na cidade, e a Secretaria Estadual de Saúde, a idéia era que o hospital ficasse atendendo apenas os casos de média complexidade, ficando os partos para a Maternidade.
Uma fonte ligada à prefeita Norma Ferreira garantiu que “o grupo político de Arlindo Dantas nunca compactuou com a idéia de a maternidade ficar gerindo a obstetrícia, alegando ser a unidade ligada a familiares da prefeita, embora neste tempo todo não tenha havido um único caso sequer de denúncia de qualquer tipo de discriminação política”, disse.

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