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PV sonha com o mandato de João Maia


Roberto Guedes

Segundo alguns expoentes do diretório regional do PV, presidido pela prefeita de Natal, jornalista e empresária Micarla de Souza, a agremiação está torcendo para que, sem alguma provocação sua, o ministério público eleitoral do Rio Grande do Norte entre em campo para acompanhar de perto o inquérito policial que ensejou a realização da “Operação Via Ápia”, com o objetivo de cubar um propinoduto que vicejava no âmbito da administração do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Norte.
Eles torcem para que, apensando-se à equipe da Procuradoria Regional da República que está agindo nessa área, o procurador regional eleitoral, bacharel Ronaldo Fernandes, comece a vislumbrar nas informações já levantadas pela polícia federal e Controladoria Geral da União indícios de que a roubalheira teria a ver com a irrigação de campanhas eleitorais que o PR vetorizou este ano no Rio Grande do Norte.
A tese sugere que a reeleição do deputado federal João Maia, presidente regional do PR, teria sido beneficiada pelos alcances, que teriam somado mais de dois milhões de reais. Uma das bases deste pensamento é o fato de o principal implicado no esquema, até agora, ser o ex-superintendente regional adjunto do Dnit, engenheiro Gledson Maia, sobrinho e colaborador político do parlamentar. Outra seria o fato de um cheque de setecentos mil reais assinado por João ter sido apreendido, em poder de Gledson, pela polícia federal. Um terceiro ponto de apoio foi a recusa que João Maia opôs à nomeação de Gledson como diretor geral do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (Der), quando a então governadora Wilma de Faria reservou o cargo para o rapaz. Na época ele disse que Gledson prestaria mais serviço como segunda pessoa da representação do Dnit no Rio Grande do Norte.
Um vínculo entre a quadrilha e João Maia, por menor que seja, tem enorme potencial para levar à perda do mandato que ele renovou em outubro último. Neste caso, o PV, que integrou coligação no pleito proporcional com o PR e com o PMDB e elegeu o único termo de renovação experimentado pela bancada federal do Rio Grande do Norte, o vereador e agora deputado Paulo Wagner, teria muita chance de efetivar na câmara federal a primeira suplente da chapa, a contabilista Rosy de Sousa, irmã de Micarla.

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