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"Carnaubais foi violentada por Assu", afirma prefeito Luizinho



Luiz Gonzaga Cavalcante, o Luizinho, é prefeito de Carnaubais pela segunda vez e realiza uma administração voltada para o crescimento do município. Um dos mentores do Consórcio de Gestores do Vale do Assu, conhecido como G-12, viu-se envolvido em polêmica com o prefeito de Assu, Ivan Junior, devido à demarcação de territórios dos municípios, o que prejudica Carnaubais devido ao repasse de royalties da Petrobrás. Falar deste e de outros assuntos sobre política, administração e eleições, Luizinho veio ao Alpendre do PN, onde conversou com os jornalistas Cefas carvalho e Roberto Lucena. Confira:

Cefas Carvalho: Como está a “briga” entre os municípios de Carnaubais e Assu?
Só tenho a lamentar nós sermos obrigados a estar envolvidos nesse episódio. Nós temos ações em comum, de pensar no desenvolvimento sustentável da região do Vale, e de repente você se ver envolvido em uma disputa que trava até a forma de pensar em outras coisas. A prioridade é resolver isso. Carnaubais foi violentada. É como você ter uma casa com sala, quarto, cozinha e chega alguém de fora dizendo que você só pode usar a sala e cozinha. Foi violento e covarde o que fizeram com Carnaubais. Mas a Justiça foi feita, os órgãos competentes confirmaram que a área é de Carnaubais, e sempre foi. Foi resolvido.

CC: E como ficou a relação do senhor com o prefeito de Assu, Ivan Júnior?
Eu esperava outra postura de Ivan. Esperava uma postura de estadista. Ele [Ivan] fugiu do diálogo e não se entregou. Até hoje, ele teima e diz que vai entrar na Justiça. Fiquei triste. Veja bem: Macau recebeu R$ 1,8 milhão [de royalties], é deles. Guamaré recebeu R$ 1,6 milhão, é deles. Não é de Carnaubais. Porto do Mangué, que já foi de Carnaubais, recebe R$ 320 mil. Não é mais de Carnaubais. Agora, o que Assu recebe da exploração do que pertence a Carnaubais não me deixa dormir tranqüilo. Não é porque Assu é uma cidade maior que vamos ser humilhados. Compreendo que temos de ser humildes, agora, humilhados, não.

Roberto Lucena: Carnaubais e Assu fazem parte do G12, grupo que luta por melhorias em conjunto. Essa briga vai deixar algum resquício na relação dos municípios?
Sim. Seria hipocrisia minha dizer que não fica. Não olho mais para Ivan com os mesmos olhos que olhava anteriormente. Não sei qual o olhar dele para mim. Sei que para ele eu não olho mais com a mesma esperança de construirmos um Vale mais forte.

RL: Essa desconfiança já infectou os demais participantes do G12? Os outros prefeitos tomaram partido na briga?
Não sei se há essa divisão. Existe um silêncio. Quando conversam comigo, sinto que eles são a favor da causa de Carnaubais. Mas também não opinam publicamente. Até mesmo porque eu pedi calma aos demais prefeitos, pois essa questão cabe a Carnaubais, e não ao Consórcio G12.

CC: O senhor chegou a conversar com o ex-prefeito Ronaldo Soares?
Conversamos. Mas ele quer justificar o injustificável. Ele diz que a divisa de Carnaubais é sempre onde foi, mas não explica porque ele puxou mais de três quilômetros para dentro de Assu, especificamente onde tem petróleo. Ronaldo, como ex-deputado, três vezes com grande votação em Carnaubais, não poderia ter feito isso com o povo de Carnaubais. A imagem dele [Ronaldo] em Carnaubais não é boa.

CC: E como foi administrar o município com a queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)?
Além da queda do FPM, acho que tem mais um agravante: a Previdência Social. Hoje, o FPM das prefeituras é praticamente só para pagar a Previdência. Em 2010, a prefeitura de Carnaubais teve saldo somente duas vezes: janeiro e maio. O restante dos meses o FPM só deu para pagar a Previdência. Respeito a Previdência, pois é o que segura muitas famílias, pois o desemprego é grande. E não vai diminuir, vai piorar. Para se ter um exemplo, quando eu era jovem, entrei na agência do Banco do Brasil no Centro de Natal, e lá existiam 30 caixas. Essa semana, fui lá e me assustei. Só havia 2 caixas.

RL: E qual avaliação nesse 1 ano e meio de administração?
Cada dia que passa o povo está mais organizado nos centros urbanos. Isso dá um poder de organização maior. A Câmara dos Deputados é pródiga em ser popular em criar coisas para os outros resolverem. Cada dia que passa os governantes ficam afogados nas suas responsabilidades com menores receitas. O próprio Governo Federal não dá bons exemplos. O dinheiro da União fica todo na União. Desde que faço política, e já passa dos 30 anos, vejo falar em reforma política e tributária. Todos os políticos são a favor, mas ninguém vota.

RL: Isso dificulta a administração?
Sim, muito. O Congresso tabelou quanto o Município tem que gastar com a Saúde. E a União, gasta quanto? Nada. O Governo Federal faz uma propaganda bonita com aluno se alimentando bem com a merenda escolar, mas manda R$ 0,22 para a merenda. Lula foi benevolente, quando ele entrou era R$ 0,11, vai deixar em R$ 0,30. Vem R$ 1,10, estipulado pelo Ministério da Saúde, para os municípios comprarem remédio para cada cidadão por ano. Carnaubais recebe em torno de R$ 4.100 por mês e nós gastamos R$ 25 mil. A segurança é responsabilidade do Estado, mas precisamos de uma Guarda Municipal.

CC: Vamos falar sobre eleições 2010. O senhor já definiu sua chapa?
Sim. Votarei, para deputada estadual, em Márcia Maia (PSB); deputado federal será Rogério Marinho (PSDB); governador será Iberê Ferreira. Primeiro voto de senado será em Wilma de Faria (PSB) e o segundo voto será em Hugo Manso (PT). Para presidente, o projeto do povo, de Lula, presidente Dilma Rousseff (PT).

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