Micarla e o aumento das passagens ou o tiro que pode ter saído pela culatra

Cefas Carvalho

Ontem, segunda dia 8, um dos assuntos mais comentados do mundo político natalense foi a portaria assinada pelo prefeito em exercício, Dickson Nasser e pelo secretário de Mobilidade Urbana Renato Fernandes autorizando o aumento das passagens de ônibus em Natal de 2 reais para 2,30.

Assim que a notícia foi veiculada, fez-se ouvir uma grita. Claro, o aumento teria e terá que acabar acontecendo, mas a época e a maneira de fazê-los pareceu inadequadas. Pior: veiculou-se que a prefeita Micarla de Sousa – de férias em Miami – sequer sabia do aumento.

O fato despertou, claro, dois racicínios entre jornalistas e opinião pública, conforme se percebeu nas redes sociais da internet:

1) Que moral tem a prefeita com seu interino e seus auxiliares se não é comunicada de um fato importante como um aumento que mexerá na economia e no bolso de milhares de natalenses?

2) Se a prefeita sabia – como era lícito pensar – do aumento, não estaria ela querendo “jogar para a torcida”? Ou seja, deixar seus auxiliares divulgarem um aumento impopular para ela, Micarla, chegar dos EUA e desfazer o aumento, posando de heroína.

Pois Micarla chegou em Natal, cancelou a portaria do aumento e demitiu o secretário Renato.

Bem, o secretário demissionário revelou ao jornal Tribuna do Norte que a prefeita Micarla de Sousa sabia dos entendimentos relativos ao aumento das tarifas dos transportes coletivos de Natal.
- Não sou nenhum irresponsável de fazer qualquer coisa sem a orientação dela – disse Renato.

Do blog do jornalista Paulo Tarcisio Cavalcanti, pesquei mais essa informação: “Renato Fernandes, apresentou outra versão sobre a história do aumento de tarifas de ônibus em Natal, numa entrevista que o Novo Jornal está publicando nesta terça-feira.
Anteriormente, ele tinha admitido, apenas, ter tratado do assunto na sexta-feira com o prefeito em exercício, Dickson Nasser. Segundo contou, não houve decreto de aumento, pois nessa conversa, os dois acertaram que a matéria deveria aguardar o retorno da prefeita Micarla de Sousa.

Agora, não: Ele admite que o decreto foi preparado a pedido da Prefeitura, enfatizando: "Eu pensei que tudo estivesse sendo feito com o conhecimento da titular".

Essa história parece com aquele dito popular: quando mais se mexe, mais fede.