Cefas CarvalhoMais que uma palestra ou como uma “aula” como o próprio define, o encontro de quase duas horas entre Ariano Suassuna e o público é um show de inteligência, carisma, humor e amor pela cultura brasileira. Foi assim a participação do escritor paraibano (mas radicado em Recife) no Circo da Leitura, na Feira do Livro de Mossoró, na noite da quarta dia 6.
Ariano, do alto dos seus 82 anos e seis décadas de militância cultural, vociferou contra os inimigos da cultura brasileira real. Como sempre, criticou a banda Calypso: “Um jornalista escreveu que Chimbinha (guitarrista do Calypso) é genial. Então qual palavra eu devo usar para me referir a Beethoven?”. Sobrou também para o autor da reportagem: “Eduardo Miranda, guardem este nome, pois ele escreveu que Calypso é a cara do povo brasileiro. Só não digo que vou criticá-lo até morrer porque não pretendo morrer. Mas vou criticá-lo até ele morrer”. Arrancou muitos risos da eclética platéia (artistas, estudantes, crianças etc).
Registrar tudo que o autor de “Auto da Compadecida” e “A pedra do reino” falou levaria muito tempo. Mas, este blogueiro achou de uma felicidade ímpar uma frase que mestre Ariano disse, quase no final da aula: “Eu ainda sonho em montar um circo. E nele, ser o palhaço”. E, o sonho de todos os que assistiram ao evento, certamente é ter Ariano no mesmo circo da leitura na Feira do ano que vem. Longa vida ao mestre!
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