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Sobre o filme “Holmes” e de como o cinema industrial gosta de destroçar mitos literários


Quando neste blogueiro, fuçando os sites e blogs de cinema, viu o cartaz do filme “Holmes”, quase teve um acesso de fúria. É que –a julgar pela arte do cartaz – o filme não fará jus ao detetive criado pelo escritor inglês Conan Doyle. Não existe cidadão ocidental que não conheça Sherlock Holmes, o cerebral detetive residente da Baker Street 221B, que, junto com seu amigo Dr. Watson, resolvia, usando o raciocínio lógico, crimes insolúveis para a polícia. A bronca com o cartaz surge por que o ator Robert Downey Jr aparece como um Holmes “sarado”, de olhar sensual e cabelos assanhados a La Hugh Jackman. Nada a ver com o detetive clássico, tímido e introspectivo dos livros de Doyle. O cinemão de indústria gosta de destroçar e “pasteurizar” mitos literários, como fez com o pavoroso “Van Helsing” e com “Liga Extraordinária”. Adoro Holmes desde criança, quando, em meados dos anos 80, descobri, em uma visita com meu pai à finada livraria Clima “O cão dos Baskervilles”. Por esta razão, não pretendo ver o filme, certamente cheio de piadas infames, efeitos especiais e ação. Nada a ver com o os livros de Doyle. Elementar, meu caro leitor.

PS: A frase “Elementar, meu caro Watson”, jamais foi dita pelo detetive em qualquer dos livros escritos por Conan Doyle. Trata-se de uma lenda urbana/cultural, como o “Play it again, Sam”, jamais dito por Ingrid Bergman em “Casablanca”.

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