Carlos Eduardo solta o verbo: "O escândalo dos medicamentos foi uma armação de Micarla e alguns auxiliares"

Em entrevista aos jornalistas Cefas Carvalho e Roberto Lucena para a série "No alpendre do PN", do jornal Potiguar Notícias, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo não economizou na munição verbal: criticou duramente os vereadores da CEI dos Medicamentos, falou do "mau caratismo político" de alguns e acusou a prefeita Micarla de Sousa e auxiliares de "armação". Confira:
Cefas Carvalho: O principal assunto de políticos e jornalistas hoje são as eleições de 2010. Qual seu projeto para o ano que vem?^
Depois de dez anos como deputado estadual, sendo líder da oposição e líder de Governo, tendo apresentado projetos que até hoje contribuem para o Estado e também tendo sido quatro anos e meio secretário de Estado e tendo implantado um projeto como as Centrais do Cidadão e mais seis anos prefeito de Natal, administrando o segundo maior orçamento do Estado, temos agora nosso nome lançado como pré-candidato ao Governo. Com este histórico de experiência e serviços prestados a Natal e ao Rio Grande do Norte, nossa pré-candidatura se mostra viável, até porque segundo a última pesquisa Ibope, ocupamos o segundo lugar para o Governo. De maneira que nosso projeto é a candidatura ao Governo do Estado.
Roberto Lucena: O senhor fez um breve relato sobre sua vida pública. E hoje seu nome está entre os quatro que disputam a vaga de candidato do Governo. Qual o diferencial do nome Carlos Eduardo?
Não quero falar dos meus concorrentes. O que posso falar de nossa candidatura é que temos um diferencial, sim, que é ter administrado Natal. Veja que, da redemocratização para cá, dos quatro governadores efetivamente eleitos, o único que não foi prefeito de Natal foi Geraldo Melo. José Agripino, Garibaldi Filho e Wilma de Faria administraram Natal e depois foram eleitos governadores. Creio que essa experiência administrativa, essa passagem pela prefeitura natalense é fundamental, principalmente quando se consegue fazer uma boa administração, aprovada pela população. Isso nos faz candidatos ao Governo.
Cefas Carvalho: Neste mesmo alpendre onde o senhor está, os deputados Fernando Mineiro e Wober Junior registraram que a demora na definição do candidato pode ser ruim para a situação. O senhor pensa assim?
Não creio. Porque o melhor processo para se escolher um candidato é o natural. O candidato é escolhido até a véspera das convenções e a história das candidaturas no Rio Grande do Norte está cheia destes fatos e com as candidaturas tendo êxito. O que acontece é que nunca uma sucessão começou tão cedo. Tudo foi discutido com muita antecipação, o que não é normal. Só pelo fato de termos várias candidaturas na base aliada do Governo, é natural que o candidato seja escolhido até mesmo no ano que vem, sem prejudicar a eleição.
Roberto Lucena: Iberê afirmou recentemente que é o candidato natural ao Governo por estar na cadeira de governador em 2010 e ser o mais velho. Qual sua opinião sobre esta posição.
Cada um tem seus argumentos. Os nossos não são esses. Tudo que elenquei nas respostas anteriores é de quem busca para o RN novos caminhos para o desenvolvimento e temos condições de levar projetos para o Estado.
Cefas Carvalho: Qual a avaliação que faz da administração Micarla de Souza?
Ela simplesmente não começou a administrar. O que ela tem feito, por falta de projetos e de novas ações, é tentado esconder a inércia criticando o passado. Ela está há nove meses à frente da Prefeitura e não revelou nenhum projeto, e isso é preocupante para todos os eleitores, para a população em geral. Percebo, para a minha surpresa, que os próprios eleitores dela começam a observar isso. Uma administração que só critica e tenta denegrir a nossa. Uma perda de tempo. Recordo que em dezembro de 2008 os institutos de pesquisa apontavam que nossa administração tinha aprovação da maioria da população.
Roberto Lucena: Dos cargos públicos que ocupou, em qual se sentiu mais à vontade?Assumi todos os cargos com responsabilidade e quando o fiz, foi com muito esforço e trabalho. No fim de todos eles, saíamos com a sensação do dever cumprido.
Roberto Lucena: O senhor pensa, ainda que de forma vaga, em uma volta ao legislativo?
Não estou avaliando isso. Sou pré-candidato ao Governo do Estado e esse é meu único projeto.
Cefas Carvalho: Mas, nos blogs jornalísticos fala-se que o senhor poderia ser candidato a federal em dobradinha com seu pai, ex-prefeito Agnelo, para estadual.
Olha, quando se chega no segundo lugar no Ibope, começam a plantar notícias para desviar estes números. No caso, esta candidatura a federal. Mas, creio que isso não acontece só comigo, mas também com os outros pré-candidatos. Dizem que Iberê não será candidato se não crescer nas pesquisas e iria para o TCE. Dizem mais que Robinson pode ser vice de Rosalba do que da sua pré-candidatura ao Governo. Idem com João Maia. Mas, eles é que podem responder sobre isso. Respondo por mim, que meu projeto é a candidatura ao Governo.
Roberto Lucena: A CEI dos medicamentos pode prejudicar uma possível candidatura?
Em nada. Porque a CEI foi devidamente desmoralizada. O escândalo dos medicamentos foi uma armação da prefeita de Natal quando abriu, com mais de cem dias de administração, o galpão e chamou a imprensa para filmar os medicamentos, numa tentativa de fazer um escândalo e denegrir nossa administração. Depois tudo caiu por terra. Se fosse verdade, com certeza tudo teria sido mostrado no dia 2 de janeiro, não 100 dias depois. Foi uma armação da prefeita com seus auxiliares com extensão na Câmara Municipal. Todos os vereadores que formavam a CEI são da bancada da prefeita. O presidente da CEI, vereador Hermano Morais, apoiou a candidatura de Fátima Bezerra e antes mesmo que Micarla assumisse, já tinha negociado com ela apoio e cargos, num adesismo de mau caratismo político a toda prova. O relator da CEI, vereador Albert Dickson, teve toda a família demitida na minha administração. Uma irmã que não comparecia ao trabalho e foi demitida da Semsur e um irmão que terceirizava uma empresa para a Prefeitura na área de cultura e a Controladoria e a Procuradoria do município investigaram e descobriram irregularidades trabalhistas, tributárias e fraudes, e cancelaram o contrato. E há ainda o escândalo da clínica dele. Esse relator conseguiu, no curso da CEI, fazer um convênio com a Prefeitura com aumento de 300% para a clínica que é dele. Esse foi o "pagamento" que ele estava cobrando da prefeita para as mentiras e fraudes que vem fazendo na relatoria. Então, essa CEI não tem o respaldo nem a credibilidade de ninguém.